O Tribunal de Braga começa, esta terça-feira, a julgar um homem, considerado inimputável que, em Abril, matou um amigo, a tiro, em Barcelos, por se sentir gozado por ele e por outros amigos.
Carlos Manuel dos Santos Ramalho, de 28 anos, que se encontra na ala psiquiátrica da cadeia de Santa Cruz do Bispo, deu um tiro na cara, à queima-roupa, a Jorge Filipe Gonçalves, de 27 anos, quando este acabava de estacionar o carro junto ao parque de estacionamento do ‘Cunha’s café’ em Perelhal, Barcelos.
O agressor, a quem foi diagnosticada a doença de esquizofrenia paranóide, sofria de complexo de “perseguição”, dizendo-se perseguido por um grupo de amigos, que lhe punham “dispositivos no carro, máquinas de filmar em casa, e fotos a circular na internet”.
No dia 22 de Abril, foi dormir a casa de um amigo, Carlos Pereira, mas, de manhã, bem cedo, foi à sua residência buscar a caçadeira e vários cartuchos, dizendo que os ia “chinar”.
O amigo ainda tentou demovê-lo mas não conseguiu: pelas sete horas da manhã foi a casa de outro, Bruno Ribeiro, com a alegada intenção de o atingir, mas não o encontrou, dado que saíra para o trabalho. Pouco depois, o Carlos Pereira foi ter com ele ao parque de estacionamento e levou-o para a sua própria viatura, tendo chamado outro membro do grupo, o Norberto Martins, para que o ajudasse a controlar a sua agressividade. Nesse entretanto, pelas 8:00, a vítima chegou ao local ao volante de um carro, o que levou o agressor, ato contínuo, e “movido por um delírio de perseguição”, a ir buscar a arma e a dizer-lhe: “Fala! Fala! porque fizeste aquilo?”. Ao que o outro respondeu: “Nada! Nada!”. Deu-lhe então um tiro na face, causando-lhe morte quase imediata visto que o atingiu na cabeça, boca e queixo. Morreu asfixiado com o sangue que jorrava da garganta! Antes de fugir, ainda disse: “Eu avisei-te! Tinha de ser!.
Horas depois entregou-se à GNR. O caso vai ser julgado em Tribunal, mas, se for condenado, cumprirá pena num hospital psiquiátrico. A família pede 125 mil euros de indemnização.