Os limites de terreno entre as freguesias de Monserrate e da Areosa, em Viana do Castelo, ficam inalterados. O Tribunal Central Administrativo do Norte rejeitou, há dias, um recurso da Junta de Freguesia da Areosa, contestando a decisão do ‘Administrativo’ de Braga que não aceitou a acção interposta contra Monserrate, na qual se defendia que a Areosa começa “a várias centenas de metros dos limites actualmente reconhecidos”.
A querela foi julgada em Braga em 2018, tendo a junta da Areosa afirmado ter “documentos da própria freguesia de Monserrate – agora integrante da União de Freguesias de Viana do Castelo, com Santa Maria Maior e Meadela – que atribuem à Areosa os territórios reclamados”, caso da zona onde estão situados os ex-Estaleiros Navais, sub-concessionados ao grupo Martifer, a multinacional alemã Enercon e o Campo d’Agonia.
Trata-se – defendia – de uma zona onde se realiza uma feira semanal com mais de 200 comerciantes e onde se localiza o secular forte de Santiago de Barra. O diferendo estendia-se, também, aos terrenos onde está instalada a Escola Secundária de Monserrate, a maior do distrito, também reclamados por Areosa.
MAIS RECEITA
Para além do seu carácter simbólico, uma eventual alteração de limites traria mais receita fiscal para a Areosa, diminuindo a de Monserrate.
Em julgamento, a freguesia de Monserrate defendeu que os terrenos lhe pertencem, há várias décadas, apresentando documentos nesse sentido e depoimentos de ex-autarcas e historiadores locais.
Na primeira instância, a juíza não aceitou nenhuma alteração dos limites, dizendo que as pretensões da Areosa não ficaram provadas, quer através dos depoimentos das testemunhas que arrolou, quer pelos documentos escritos entregues, alguns deles de teor histórico.
Posição, agora mantida pelos juízes da Relação.
O PressMinho/O Vilaverdense contactou os responsáveis das duas freguesias, tendo o presidente da Areosa, Rui Miguel Mesquita, dito que se não pronuncia porque ainda não analisou a decisão com os advogados, o que deve suceder esta semana.
O ex-presidente e actual secretário de Monserrate, António Basto, diz que também não o faz, porque pode ainda haver recurso ou reclamação.
Luís Moreira (CP 7839 A)