Depois do PCP – como o PressMinho noticiou esta quinta feira-, é agora o Bloco de Esquerda (BE) a pôr em causa o papel de Rui Barreira à frente do Centro Regional da Segurança Social de Braga. Barreira, dizem os bloquistas, “não tem condições” para continuar.
A Coordenadora Distrital de Braga do BE afirma que “a orientação caritativa e mercantilista” de Rui Barreira, condizente com “a condução do governo de direita nos últimos anos de estrangulamento dos serviços públicos da Segurança Social”, levou a que o distrito seja um dos que os apoios sociais “mais diminuíram”, ou “foram entregues serviços a privados”, afastados “trabalhadores essenciais” para o funcionamento dos serviços e “aumentou a pobreza”.
Os bloquistas recordam que Rui Barreira “é o responsável regional a que o ministro da Segurança Social se referia quando, em pleno debate do Orçamento de Estado, afirmou que havia um dirigente que “em entrevista disse textualmente que considerava não ter condições para exercer aquele cargo com um governo do Partido Socialista”.
As declarações que Vieira da Silva citou na altura, lembra o BE, estão publicadas na edição de 30 de Março de 2013, da Revista SIM. Nessa entrevista, Rui Barreira questionado se se sente diminuído por desempenhar um cargo político da escolha do governo [PSD/CDS-PP], defendeu que a função que desempenha “tem que ser exercida por alguém com a mesma orientação política”.
Na mesma entrevista afirma, quando lhe é perguntado se “seria governável se as orientações políticas fossem diferentes”, Rui Barreira responde que “seria difícil, porque iria ter que implementar no terreno medidas com as quais não concordava. Em 2005, quando o PS foi para o governo, pediram-me para ficar mais alguns dias, enquanto substituíam a dra.Filomena Bordalo pela nova directora. Eu transmiti que não ficaria nem mais um dia, porque não fazia sentido, já que não acreditava na política que iria ser implementada”.
“Passaram-se três meses desde a tomada de posse do governo do Partido Socialista, estou à espera da carta de demissão desse senhor, porque dizia que nem um dia ficaria com um governo do Partido Socialista”, respondeu Vieira da Silva.
Irregularidades
Conclui o BE: “Lamentavelmente, perante a falta de coerência e de dignidade política do ainda director, não restará ao ministro da Segurança Social outra solução que não a de o demitir, pois, como resulta provado, este não dispõe do mínimo de confiança nem de lealdade institucional para se manter no exercício daquele cargo”.
Vieira da Silva, ministro da Solidariedade Social, avança o BE, “ tem, em sua posse, um memorando de várias dezenas de páginas, elaborado por um grupo de trabalhadores da Segurança Social de Braga, onde é enunciado um extenso rol de irregularidades que põe em causa a missão de serviço público daquela entidade”.
Fernando Gualtieri (CP 1200)