Esta segunda-feira, cinco dias depois de os angolanos terem ido às urnas para eleger o próximo Presidente, e no dia em que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) divulgou os resultados finais, João Lourenço quebrou o silêncio.
“A vontade soberana do povo angolano (…) acaba de conferir ao MPLA a legitimidade de governar Angola 2022-2027. (…) É com enorme orgulho e satisfação que celebramos hoje mais uma vitória do MPLA. (..) É um momento de agradecer a todos os angolanos”, declarou João Lourenço
João Lourenço prometeu gerir “com coragem” um executivo que assumirá “os seus compromissos políticos”, que fará as “mudanças necessárias”, que continuará a “lutar por mais transparência e eficiência, e que não baixa os braços perante as dificuldades”.
Falando de uma “vitória inequívoca”, o reeleito presidente do país sustentou que se tratou de uma “aposta clara dos angolanos no programa do MPLA” que passa, disse, pela criação de emprego, pela aposta no ensino, saúde, e saneamento.
Esta vitória, prosseguiu, representa um “enorme voto de confiança” do povo e “é o momento de continuar a executar um conjunto de investimentos (…) dando a todos os angolanos o futuro que aspiram”.
“Serei o Presidente de todos os angolanos e é meu compromisso trabalhar por uma grande economia, pela democracia e por uma sociedade onde todos tenham as mesmas oportunidades, enfim de prosperar”, afirmou, mencionando que a juventude terá uma “atenção particular”.
“NÃO HAVERÁ GERINGONÇA”
Terminado o discurso e permitindo algumas perguntas, o recém-eleito presidente de Angola foi questionado pelos jornalistas portugueses presentes na conferência, nomeadamente sobre a contestação feita pela UNITA e sobre se acredita que pode governar com legitimidade.
Sem hesitar, e sorrindo pela primeira, João Lourenço garantiu que esta vitória foi “inequívoca” dando-lhe toda a legitimidade para governar e rematou: “A oposição contesta, mas há instituições adequadas para prever essa situação. Nós governaremos sozinhos, não temos necessidade de fazer uma geringonça, as geringonças são feitas quando o partido vencedor não tem votos para governar sozinho, o que não é o caso. Não haverá geringonça”.
Questionado ainda sobre como justifica os piores resultados de sempre do MPLA, João Lourenço negou essa análise e salientou “se nós tivermos os piores resultados, o que dirá a oposição que perdeu e que perde à cinco eleições”.
“Ganhámos o penta, quem ganha o penta só tem razões para abrir no mínimo cinco garrafas de champagne”, concluiu, seguindo-se o brinde à vitória das eleições do passado dia 24 de Agosto.
O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) venceu as eleições gerais de Angola com 51,17%, seguido da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA) com 43,95% dos votos.
Com Sic Notícias