Nuno Melo considera que o plano do Governo para as empresas “é uma nova desilusão” e uma “encenação” de António Costa, na linha do plano Famílias Primeiro apresentado a semana passada.
Em nota ao PressMinho, o presidente do CDS afirma que o documento “peca uma vez mais por ser tardio”, referindo que foi o CDS “o primeiro partido, no mês de Abril, a apresentar um plano de apoio às empresas”, enquanto o Executivo de António Costa “demorou seis meses a reagir”.
Nuno Melo aponta outro “pecado ao plano”. “(…) É mais uma encenação e ilusão do Governo, uma vez que apenas 300 milhões de euros são efectivamente dirigidos às empresas. O resto são empréstimos e linhas de crédito que vão ter que se reembolsados”.
“As empresas não precisam de empréstimos. Precisam que os impostos sejam reduzidos e já”, atira, frisando que “Portugal tem a taxa de IRC mais elevada da União Europeia e sobre isso o Governo nada faz”.
Melo defende que, como estava inscrito no plano dos centristas proposto em Abril passado, “a taxa de IRC tem que ser reduzida de imediato, de forma a apoiar as empresas a enfrentar a crise” e que os pagamentos por conta de IRC, a realizar pelas empresas até ao final do ano, “deverão ser igualmente reduzidos para apoiar a respectiva liquidez e enfrentar o aumento dos custos das matérias primas”.
O líder do CDS manifesta-se, “conceptualmente”, contra “a possibilidade da criação de impostos europeus, referindo-se à taxa sobre os lucros extraordinários.
“Sendo a tributação área da soberania dos Estados, ao que acresce que o mesmo imposto desta natureza determinado em Bruxelas teria necessariamente impactos diferentes nos países, cujas realidades são obviamente diferentes”, sustenta.
“Esta crise não se resolve com mais impostos”, sublinha Nuno Melo. “É imoral e perverso que num momento em que o Estado é a entidade que mais lucra com esta crise, amealhando milhões de proveitos excessivos, porque à custa do sacrifício das famílias e das empresas, esteja a ponderar criar um novo imposto sobre as empresas”.
Para os centristas, a resolução da crise “tem que passar pelo Estado devolver à sociedade e às empresas parte dos 5 mil milhões de euros de impostos cobradas a mais até Julho deste ano, reduzindo impostos”.
Fernando Gualtieri (CP 7889 A)