O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, estima em cerca de dois milhões de euros o aumento dos custos municipais com electricidade, considerando que as autarquias não estão a ser devidamente apoiadas face à subida.
“Pode ser cerca de 1% ou 2% do orçamento a mais que nós temos que despender com os custos energéticos, do orçamento total da câmara. Estamos a falar de mais dois milhões de euros, no caso de Braga”, disse aos jornalistas em Bruxelas, à margem da Semana Europeia das Regiões e Cidades, que ocorre até quinta-feira.
Rio recordou que a autarquia bracarense paga “quase três milhões de euros em iluminação pública todos os anos”, revelando ainda que estão a existir “vários pedidos de renegociação dos fornecedores” face a assuntos como o custo dos combustíveis.
“Hoje em dia, a questão energética até é pior. Por exemplo, no outro dia, o Theatro Circo dizia-me que duplicou a factura energética de um ano para o outro”, sublinhou.
Ricardo Rio antecipou que dos três milhões de euros normalmente gastos a factura poderá passar “para quatro ou cinco, rapidamente, a manter-se esta tendência”.
Questionado acerca da iluminação de Natal na cidade, disse que “vai haver luzes” comemorativas.
O autarca, que também é presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Cávado, lembrou ainda a proposta daquela entidade, no sentido de reduzir o IVA da electricidade.
“É uma opção nacional. Aliás, é uma reivindicação antiga da Associação Nacional de Municípios, das poucas que foi fazendo de forma sustentada, e que ainda não aparece neste orçamento [do Estado] mas que me parece que, no actual contexto particular, em que vemos um agravamento dos custos da energia, mais se justificaria que fosse adoptada”, disse aos jornalistas.
Ricardo Rio classificou ainda como “muito curiosa” a actual situação vivida pelas autarquias face a outros sectores da sociedade.
“Nós vemos medidas a serem canalizadas para os cidadãos, para as empresas, mas não vemos recursos a serem canalizados para os poderes públicos”, afirmou.
O autarca de Braga disse que “o Estado está a arrecadar receita extraordinária com os aumentos dos custos das autarquias e também dos outros cidadãos”, pelo que defende a redução do imposto.