O colectivo de juízes que julga dois homens acusados do homicídio em Outubro de 2021, no bairro do Fujacal, de Carlos Galiano, oriundo de Amares, concluíram que Diogo Leite, tido como cúmplice do autor dos disparos fatais, Luís Teixeira, de alcunha o Max, não terá tido o mesmo grau de participação no crime, devendo, por isso, ser sentenciado por homicídio simples, e não na forma qualificada.
Face a esta alteração ‘substancial’ dos factos, os advogados de defesa pediram 15 dias, o prazo legal, para se pronunciarem, o que lhes foi concedido tendo a leitura do acórdão ficado para 19 de Dezembro.
Conforme temos vindo a noticiar, o Tribunal Judicial de Braga iniciou, no final de Setembro, o julgamento de dois homens acusados do homicídio a tiro, em 2021, na zona do bairro do Fujacal, em Braga, de Carlos Galiano, de 25 anos, de Amares.
Luís Miguel Teixeira, conhecido pela alcunha de ‘Max’, o autor dos disparos que atingiram o antigo amigo, – com quem cresceu em Amares – e Diogo Miguel Azevedo, de 24 anos, de Braga, que é tido pela acusação como alegado cúmplice do Max no homicídio, ambos em prisão preventiva, estão a ser julgados por homicídio qualificado.
No julgamento, ambos os arguidos repetiram a tese que apresentaram na contestação: o ‘Max’ nega ter agido por vingança – tese que consta da acusação – e diz que o co-arguido, o Diogo Miguel Azevedo, é o “autor moral” do crime.
No documento que enviou ao processo, o Max, de 24 anos, autor dos dois tiros que vitimaram o Galiano, diz não ser verdade que a vítima o tenha denunciado aquando de um processo-crime julgado em Braga por tráfico de droga em Amares (onde ambos foram arguidos e condenados), desmentindo, assim, a tese do Ministério Público.
INSTIGADO
Diz que pegou na pistola para ir enfrentar o Galiano, no que foi instigado pelo Diogo que tinha acabado de brigar com a vítima, mas que nunca pensou ou premeditou matá-lo.
Na contestação enviada ao processo, o ‘Max’ atribui a culpa ao Diogo, a quem chama de “autor moral” do crime. Diz que chorou ao pensar que o Galiano podia falecer e que até rezou para que tal não acontecesse.
DIOGO NEGA
Já o Diogo diz que não o instigou a matá-lo, após ter jantado num restaurante do Fujacal, onde estava o Galiano. Refere que, à saída, os dois discutiram, tendo-lhe o Galiano dado uma cabeçada e não um soco, como diz a acusação.
Conforme então, também noticiamos, o Diogo foi apanhado em Junho pela polícia francesa e extraditado para Portugal, onde também está em prisão preventiva. No entanto, pediu já a passagem a prisão domiciliária, o que o Tribunal ainda não decidiu.
Na sua contestação, nega ter ameaçado a vítima, e diz que depois contou o sucedido ao Max, tendo sido este a pegar na pistola por ter decidido matá-lo devido a querelas anteriores, o que aconteceu num snack-bar para onde o Galiano tinha ido. Baleou-o com dois tiros e ele morreu três dias depois.
A acusação diz que o falecido Galiano e o Diogo estiveram a jantar juntos num restaurante da zona, ocasião em que este lhe disse que era um “bufo”.
A discussão prosseguiu no exterior, ocasião em que o Galiano deu um soco no Diogo, tendo este dito que ia a casa buscar uma pistola. A seguir, contou o sucedido ao Max, e ambos combinaram ir procurá-lo para o matarem.
Foram, às 02h00 de 5 de Outubro, à sua procura no café que a vítima frequentava, tendo-o avistado e ido a correr ao seu encontro, e parando a dois metros de distância, altura em que o Max lhe desfechou dois tiros. Após o que fugiram
122 MIL DE INDEMNIZAÇÃO
No processo, o pai do Galiano pede, aos dois uma indemnização, 60 mil por danos morais, 20 mil por danos intercalares, 40 mil por danos patrimoniais e dois mil por despesas efectuadas.
Diz que tinha grande amor ao filho, que ainda hoje lhe custa a sua ausência e que, após a sua morte, entrou em depressão.
Luís Moreira (CP 7839 A)