Milhares de professores de todo o país concentraram-se este sábado, em Lisboa, numa manifestação em defesa da escola pública e contra as propostas de alteração dos concursos, convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), mas conta com centenas de professores não sindicalizados e encarregados de educação.
Segundo números da polícia, mais de 20 mil pessoas iniciaram pouco depois das 15h00 deste sábado uma marcha da Praça do Marquês de Pombal para a Praça do Comércio, em Lisboa.
O coordenador nacional do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), André Pestana, fala em mais de 100 mil pessoas, centenas deles oriundos de várias cidades do Minho.
Ao som de tambores e de buzinas, os professores levantaram lenços brancos para dizer “adeus ao senhor ministro” e exibem cartazes a pedir dignidade pela profissão, pela escola pública e pelo acesso ao topo das carreiras.
O coordenador nacional do STOP, André Pestana, diz que a luta dos professores é pela defesa da escola pública e reúne também pessoal não docente, todos na exigência de uma “escola pública de qualidade e de excelência”.
Para o sindicalista, esta contestação – que deve aumentar na próxima semana, depois de declarações do ministro da Educação, João Costa, na sexta-feira, manifestando-se preocupado com a desproporcionalidade da greve convocada pelo STOP e admitindo a possibilidade de recorrer a serviços mínimos – é também “uma luta pelos alunos”.
“Ministro, escuta, a escola está em luta”, “não à municipalização” e “unidos pela educação” são algumas das palavras de ordem dos milhares de participantes no protesto.
A manifestação deste sábado é a segunda na capital no período de um mês, tendo a primeira reunido mais de 20 mil professores, segundo estimativas do sindicato.
SINDICATOS DE FORA
Apesar de as principais reivindicações serem partilhadas pelos sindicatos do sector, a marcha deste sábado é iniciativa apenas do STOP e não conta com a adesão dos restantes sindicatos, alguns dos quais já tinham agendado uma manifestação, inicialmente para Março e entretanto antecipada para 11 de Fevereiro.
Nas redes sociais, o STOP revelou que dirigiu à UGT e à CGTP convites para participarem na marcha, mas, em resposta à Lusa, o secretário-geral da Fenprof, afecta à CGTP, disse que o plano de luta definido em convergência com outros sete sindicatos “é muito exigente e a dispersão por outras acções não ajudará à sua concretização”.
Por outro lado, Mário Nogueira afirmou também que quando anunciou a greve, a plataforma de sindicatos apelou a que as restantes organizações se associassem ao protesto, mas sem respostas. Alguns dias depois, o STOP convocou o protesto deste sábado.
Além da greve convocada pelo STOP, está a decorrer desde o início do 2.º período uma greve parcial ao primeiro tempo lectivo, convocada pelo Sindicato Independente dos Professores e Educadores, que se vai prolongar até Fevereiro.
Com SIC Notícias e TSF