A administração do Hospital de Braga reagiu esta terça-feira às declarações de Paulo Cunha, presidente da Distrital bracarenses do PSD, que, acusando o Governo pelo “caos” da saúde em Braga, apontou como exemplos a escassez de profissionais, o encerramento temporário de serviços e, mais recentemente, a “‘visita’ inesperada da PJ” que “catapultou” o hospital para a agenda nacional da actualidade.
O hospital, afirma, em nota ao PressMinho, que “não pode, de forma alguma, aceitar a associação do nível do seu desempenho assistencial” às buscas realizadas pelo Ministério Público e PJ, “originadas por uma denúncia anónima, e que são naturais em processos de investigação em instituições de diversos sectores de actividade.
“O Hospital de Braga reforça que não foram constituídos quaisquer arguidos resultantes destas diligências e reitera o seu conforto e confiança quanto ao cumprimento dos trâmites legais dos concursos públicos visados pela investigação”, escreve a administração.
“ELEVADA PRODUTIVIDADE”
Já sobre o desempenho assistencial, nota que, em 2022, o hospital manteve “os elevados níveis de produtividade que o caracterizam desde 2019, tendo cumprido o contrato-programa e sendo um dos hospitais mais produtivos do país”.
Aquela unidade hospitalar sustenta aquela afirmação lembrando que “bateu, em 2021, o seu recorde de cirurgias, atingindo as 42.873, uma performance conseguida com a ajuda da contratualização de salas com entidades externas, sendo, por conseguinte, um exemplo de recuperação da actividade cirúrgica e da estreita colaboração entre entidades públicas, privadas e do sector social”.
“O Hospital de Braga é a referência nacional nas áreas da produtividade e da eficiência económico-financeira, segundo dados do benchmarking da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS)”, diz, referindo de seguida que “tornou acessíveis, a título totalmente gratuito, 239 fármacos, dos quais 81 inovadores, permitindo a prestação de cuidados de saúde à população com recurso às mais recentes técnicas farmacológicas”.
o Hospital, acrescenta ainda que, em conjunto com o Centro Clínico Académico […], “mantém um índice de desenvolvimento, inovação e ensaios clínicos que lhe permite o tratamento de centenas de utentes com fármacos não disponíveis no mercado”.
“Inclusivamente, no ano de 2022, registou um aumento de 30% dos utentes a realizarem ensaios clínicos. Em Dezembro de 2021, encontravam-se 338 utentes em ensaios clínicos, enquanto que, em Dezembro de 2022, este número aumentou para os 483 utentes a serem tratados com fármacos de outra forma inacessíveis à população”, lê-se no comunicado.
A administração hospitalar avança também que “apresenta, na componente financeira, um rigor de gestão que lhe permitiu fechar os três últimos exercícios com equilíbrio económico”.
Fernando Gualtieri (CP 7889)