Milhares de professores concentraram-se esta quarta-feira na Avenida dos Aliados, no Porto, para exigir “Respeito”, numa manifestação que marca o último dia da greve por distritos, uma greve com níveis de adesão “muito elevados” que “prova o descontentamento de décadas”.
“Em defesa da escola pública. Por uma sociedade livre, democrática, justa e solidária. Será preciso uma revolução?” – lia-se numa faixa ilustrada com um cravo vermelho em alusão à Revolução de Abril de 74. Junto à faixa, dezenas de professores com cravos na mão respondiam “Respeito” à pergunta “O que é que exigimos?” que vinha do palco.
A greve por distritos iniciada em 16 de Janeiro terminou esta quarta-feira no Porto com a manifestação organizada por oito organizações sindicais, entre as quais a Federação Nacional de Professores (Fenprof).
No palco e na avenida foram-se sucedendo os discursos e entrevistas de dirigentes sindicais e políticos, entre os quais a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins.
“É irresponsável manter os salários tão baixos e esta enorme precariedade”, disse, a jornalistas, a líder bloquista, lembrando que “o corpo docente em Portugal está muito envelhecido e as novas gerações têm fugido de serem professores porque sabem que as condições são difíceis”.
O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, que foi circulando entre os professores e estimulando o abanar de bandeiras, disse à Lusa que os professores só se calarão quando o Ministério da Educação “der resposta às reivindicações”.
“Esta determinação destes professores e a vontade de continuar a lutar são extraordinárias e isto não vai parar”, disse.
No sábado, professores e funcionários das escolas voltam a participar em mais uma manifestação nacional que se realiza em Lisboa.