Braga vai investir cerca de 17 milhões de euros na Capital Portuguesa da Cultura 2025, numa programação cujo “esboço” deve ser conhecido antes do Verão, anunciou a autarquia esta quarta-feira.
Em conferência de imprensa, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, disse que a maior fatia do bolo, na ordem dos 15 milhões de euros, sai dos cofres municipais, estando também garantida uma verba de dois milhões de euros do Ministério da Cultura.
Afirmando que este título “não é um ponto de chegada”, Ricardo Rio afirmou que “assim como a Candidatura a Capital Europeia da Cultura foi uma escala, esta é mais uma etapa na consolidação de Braga como uma referência cultural a nível nacional e internacional”, afirmou Ricardo Rio, que se fazia acompanhar por Cláudia Leite, administradora executiva do Teatro Circo de Braga e coordenadora da equipa de missão da Braga’27
“A política cultural de Braga tem de ser um trilho que não tem retorno”, referiu o autarca, sublinhando que 2025 “tem de ser um grande momento de exaltação da cultura portuguesa” e deixar um legado para o futuro.
Braga foi uma das quatro cidades finalistas a Capital Europeia da Cultura (CEC) 2027, uma corrida que foi ganha por Évora.
Na sequência desse processo, foi recuperado o título de Capital Portuguesa da Cultura, que, nos três primeiros anos e a partir de 2024, é atribuído às cidades finalistas que não conseguiram chegar a CEC, designadamente Aveiro, Braga e Ponta Delgada.
Segundo Ricardo Rio, Braga vai levar a cabo muitas das actividades que estavam previstas na candidatura a CEC, de acordo com a estratégia cultural 2030, delineada pelo município.
O autarca assegurou ainda que os objectivos definidos no contexto da candidatura serão concretizados e que o município continuará a reforçar o investimento na cultura, quer no reforço de equipamentos, quer no reforço das dinâmicas culturais da cidade
TRANSVERSALIDIDE
A administradora do Theatro Circo, Cláudia Leite, afirmou que a programação do Braga 2025 tem, desde logo, a preocupação de “trabalhar” com as 150 nacionalidades que a cidade acolhe.
Paralelamente, também a guerra na Ucrânia e os 50 anos do 25 de Abril estarão espelhados em certos momentos da programação.
Para Cláudia Leite, a programação pretende abranger todos os agentes locais e todas as dimensões artísticas, fazendo “ponto de honra” dessa transversalidade. “O que se pretende é que haja uma Braga diferente depois de 2025 e que a capital deixe um legado que perdure no tempo”, afirmou.
Braga 2025, adiantou, tem um cariz regional, com interacções com outros municípios da região, estendendo-se ainda à Galiza, na Espanha.
Na conferência de imprensa, o presidente da câmara manifestou a “total disponibilidade” do município para colaborar com Évora na CEC 2027, mas também com Aveiro e Ponta Delgada nas “capitais portuguesas”.
O encontro com os jornalistas decorreu no antigo balcão do Banco Santander, parte integrante do edifício do Theatro Circo. Esta parcela do edifício, que se encontrava alienada, foi recentemente adquirida pelo município e será colocada ao serviço da cultura da cidade.