O PCP insistiu esta sexta-feira no fim do “negócio” das empresas de água, saneamento e resíduos no Alto Minho, que, em 2022, “acumularam ganhos de cinco milhões de euros”, e defendeu a devolução daqueles serviços à gestão municipal.
Em comunicado enviado às redacções, a Direcção da Organização Regional de Viana do Castelo (DORVIC) do PCP diz ser “preciso acabar com um negócio feito à custa das populações”, apontando o dedo aos autarcas do PS, PSD e CDS-PP, uma vez que “a região tem a generalidade do abastecimento de água e saneamento entregue à Águas do Alto Minho (AdAM) e a totalidade da recolha de resíduos entregue às sociedades Resulima e à Valorminho”.
“No total, estas empresas acumularam ganhos de cinco milhões de euros durante o ano de 2022, à custa dos elevados preços praticados às populações e dos dinheiros públicos que as câmaras municipais continuam a canalizar para estas empresas”, adianta a nota.
Para o PCP, “num momento marcado pelo brutal aumento do custo de vida, é ainda mais evidente a injustiça que resulta das opções das câmaras municipais, agravadas pelo facto de se ter verificado, em 2022, um aumento das taxas e por haver recusa de aplicação de tarifa social”.
PRIVATIZAÇÃO
“Apesar de já terem sido geridos em defesa do interesse público, [aqueles serviços] encontram-se, na generalidade dos municípios do Alto Minho, concessionados. Esta concessão leva a que se ponha o lucro em primeiro lugar, em claro prejuízo das populações”, sustentam os comunistas.
Para o PCP, “apesar das promessas de mais eficiência e melhor serviço público, o processo que os vários municípios foram assumindo ao longo dos anos conduziu à degradação do serviço prestado, à diminuição do investimento, ao aumento dos preços cobrados à população e a constantes entregas de dinheiros públicos da parte dos municípios às empresas concessionárias”.
Segundo os comunistas, que reafirmam a sua oposição ao processo, é “urgente inverter” esta “situação inaceitável” e reverter este “caminho de privatização”.
O PCP defende a reconstituição dos serviços municipais de abastecimento de água, saneamento e recolha de resíduos, e que “o aprofundamento da relação intermunicipal não tenha no centro das prioridades o interesse dos privados, mas sim o serviço público, a qualidade de vida e o desenvolvimento dos concelhos e da região”.