Numa declaração ao país esta quarta-feira à tarde, um dia depois de António Costa recusar demitir o ministro das Infra-Estruturas, contra a vontade do Presidente da República, Luís Montenegro foi claro: não pede eleições antecipadas, mas também não as recusa: “o PSD está totalmente preparado para as disputar, para as vencer”.
“Não será por minha causa e do PSD que haverá eleições antecipadas. Não as pedimos, mas não as recusaremos. Sim, estamos preparados para tudo o que for necessário. Sim, estamos muito mais bem preparados para governar Portugal do que está o Governo hoje em funções. Temos equipa e temos projecto”, disse o presidente do OSD aos jornalistas.
“Pessoalmente, quero dizer nos olhos aos portugueses que não me move nenhum espírito de sobrevivência individual ou partidária. Pelo contrário, move-me um espírito de missão que será a minha última na política activa. Serei um primeiro-ministro livre, pronto para enfrentar interesses instalados e para combater privilégios injustificados. E serei primeiro-ministro em consequência de uma vitória nas eleições, realizem-se elas quando se realizarem”, acrescentou
“TEATRO POLÍTICO”
O presidente do PSD garante que o partido não vai apresentar uma moção de censura ao Governo, até porque, considera Luís Montenegro, isso seria “um frete ao Partido Socialista”.
“O teatro político lastimável de todo o dia de ontem [terça-feira] culminou numa declaração solene do primeiro-ministro ao país – onde, em vez de falar dos problemas das pessoas e dos projectos do Governo, o primeiro-ministro decidiu abrir uma irresponsável e egoísta crise institucional”, disse, apontando que “esse teatro foi premeditado e estava preparado para a primeira ocasião”.
“Há meses que o primeiro-ministro desistiu deste Governo, desistiu de Portugal e entrou no modo de campanha eleitoral”, acusou.
Sobre o que deve fazer o Presidente da República, que já assumiu numa nota oficial a discordância da decisão do primeiro-ministro de manter em funções João Galamba, o presidente do PSD considera que Marcelo Rebelo de Sousa “falará com certeza ao país”.
“Não é o maior partido da oposição que se vai intrometer na reflexão ou decisão do Presidente. O que queremos dizer ao país e também ao Presidente da República é que, se e quando houver eleições antecipadas, o PSD está totalmente preparado para as disputar, para as vencer e sair delas com um Governo reformista”, afirmou.
Com CNN Portugal