O presidente da Associação Empresarial do Minho (AEMinho), Ricardo Costa, defende a fusão das três comunidades intermunicipais (CIM) existentes nos distritos de Braga e Viana do Castelo, considerando que a união faz a força. Também este sábado, Ricardo Rio, presidente da CIM Cávado, é contra a fusão, preferindo “fortalecer a ligação e a coloração” entre as diferentes comunidades.
Em declarações à Lusa antes de uma reunião do conselho geral da AEMinho, Ricardo Costa defendeu ainda a mudança de nome do Quadrilátero Urbano para Polígono Urbano, passando a incluir também o concelho de Viana do Castelo.
O Quadrilátero Urbano é uma associação que junta os municípios de Braga, Guimarães, Vila Nova de Famalicão e Barcelos.
“Achamos que faz todo o sentido também juntar Viana a estes quatro concelhos, desde logo pelos indicadores de exportações. Viana ultrapassou no último ano os 1.000 milhões de euros de exportações”, referiu Ricardo Costa.
O presidente da AEMinho lembrou ainda que Viana do Castelo está a dar “passos muito importantes” na economia do mar, “quer nas microalgas quer nas offshore eólicas”.
Paralelamente, Ricardo Costa defende a fusão das CIM do Cávado, do Ave e do Alto Minho, para formar a “maior comunidade intermunicipal” do país.
“Acreditamos que o facto de um conjunto de infra-estruturas não trem sido atribuídas nos últimos ao Minho também se deve ao facto de nós não estarmos unidos”, sublinhou, apontando, como exemplo, a ferrovia para o porto de Viana do Castelo.
Lembrou que aquelas três CIM juntas foram as que mais contribuíram para a balança comercial do país em 2022.
“Num ano em que se bateu recorde negativo de 30 mil milhões, o Minho contribuiu com 3 mil milhões positivos para a balança comercial, Além disso, Passámos pela primeira vez os 10 mil milhões de euros exportações e contribuímos em cerca de 15% para o PIB nacional. Estes são dados que nos mostram que nós, em conjunto, somos de facto mais fortes”, referiu.
Para aquele responsável, uma CIM com mais escala poderia fazer a diferença “quando o poder central tivesse de decidir que investimentos ia fazer no país e com ia distribuir o conjunto de fundos que estão neste momento em aplicação”.
“NÃO SE JUSTIFICA”
O presidente da CIM do Cávado, Ricardo Rio, manifestou-se também este sábado contra a fusão defendida pela AEM, considerando que o caminho deve passar por “fortalecer a ligação e a coloração” entre as diferentes comunidades em determinadas áreas, como a mobilidade.
“Acho que não se justifica uma agregação efectiva das CIM, porque acho que os ganhos em termos de respostas e de capacidade de adaptação às dinâmicas de casa território não vão ser substanciais”, referiu Rio, também presidente da Câmara de Braga.
O presidente da AEMinho admite que este é um assunto “sensível”, acrescentando que “o que é importante é que comecem a existir sinais de verdadeira cooperação económica a nível da mobilidade e da instalação de parques empresariais.
“Nós sabemos que ainda existe em Portugal, e nesta região, muito o conceito micro, de olharmos para o nosso concelho e não pensarmos na região como um todo. Vemos algumas resistências, porque estamos a mexer naquilo que está um pouco instituído, que é cada presidente de câmara olhar mais para o seu concelho do que propriamente para a região. Mas vemos alguns passos positivos”, disse ainda Ricardo Costa, dando como exemplo o pacto assinado na quarta-feira para a mobilidade no Quadrilátero Urbano, para a criação de um passe que possibilite utilizar o transporte público nos quatro concelhos.