O presidente da Concelhia de Braga do CDS considera o encerramento da urgência de obstetrícia do Hospital de Braga um “atentado” à saúde pública e “um ultraje” ao que representa o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Lembrando que em Julho do ano passado reuniu com a administração do Hospital para discutir o polémico encerramento da urgência de obstetrícia, Altino Bessa, diz agora, em nota ao PressMinho, que “é triste que um ano depois voltemos ao mesmo assunto pelos piores motivos”.
“Passou um ano e o Ministério da Saúde não foi capaz de sanar esta problemática. Graças à inoperância dos senhores do Governo, Braga vê novamente a urgência de obstetrícia encerrada. E quem padece? A população que deixa de ter uma resposta que consideramos imprescindível”, afirma, acrescentando que esta medida “vai contra um direito fundamental que é o acesso equitativo à saúde”.
Altino Bessa reitera o que disse no encontro com a administração do hospital em 2022: “É totalmente inexplicável e incompreensível que se encerre um Serviço de Urgência na especialidade mencionada por falta de equipas médicas”.
LETARGIA DO GOVERNO
Altino Bessa diz que “encerrar um Serviço de Urgência, seja ele qual for, por falta de médicos, é um ultraje a tudo aquilo que representa o Serviço Nacional de Saúde”. “Estamos perante uma total letargia no que aos direitos básicos e fundamentais respeita.”
Para o também vereador aa Câmara de Braga “um país que todos os anos forma médicos, mas que, no efectivo, não consegue que o SNS esteja preparado para responder aos problemas diários das populações”.
“Temos um Governo de maioria à frente do destino do país que nada faz para responder e garantir as reais necessidades das pessoas”, frisa
Bessa não dúvida que esta situação está também associada ao fim da Parceria Público Privada (PPR).
“Se o Hospital de Braga fosse PPR, agora, perante uma situação de crise de recursos como esta, estou certo de que haveria margem para accionar estratégias de negociação entre instituições no sentido de encontrar alguma solução que minimizasse esta problemática. A autonomia da administração do Hospital de Braga seria outra na tentativa de alterar um contexto tão bizarro.”, defende.
“É inqualificável que o Ministério da Saúde não se movimente para combater a escassez de recursos nos Serviços de Saúde, com prejuízo do bem-estar da população. Prezo a velha máxima ‘em equipa vencedora não se mexe’. No caso do Hospital de Braga foram mexer numa PRR muito bem-sucedida. O resultado está à vista”, remata.
Fernando Gualtieri (CP 7889)