O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, afirmou estar “empenhado em ajudar” na integração da crescente comunidade brasileira em Portugal e criar condições para que não haja tensões ou uma “derrapagem xenófoba”.
“Temos hoje uma grande comunidade imigrante brasileira muito significativa em Portugal”, começou por explicar à Lusa Francisco Assis, que se encontra, desde segunda-feira, em Brasília, com uma delegação, a convite de uma instituição homóloga brasileira.
“Precisamos de imigrantes e a comunidade brasileira tem uma ligação connosco muito grande e aparentemente essa integração far-se-á de modo relativamente pacifica”, disse Assis, referindo-se ao facto de a comunidade brasileira em Portugal ter representado, no ano passado, 30,7% do total de estrangeiros.
No final de 2022, viviam em Portugal 239.744 brasileiros, tendo sido esta comunidade a que mais cresceu (mais 17,1%) face a 2021, de acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
“Esta comunidade é de longe a maior, está a crescer. É avassalador e obriga-nos a ter uma preocupação de a favorecer, mas ao mesmo tempo criar as condições para que não haja qualquer risco disto derrapar e de criar tensões com a comunidade brasileira”, sublinhou Assis.
A delegação do CES esteve na segunda-feira reunida com o ministro das Relações Institucionais do Brasil, Alexandre Padilha, que, segundo Assis, lhe disse que o país “manifestou uma grande vontade de contribuir para o reforço da cooperação do âmbito” da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), e encontrou-se com representantes da homóloga brasileira, o Conselho de Desenvolvimento Económico Social Sustentável (CDESS).
Na terça-feira, os responsáveis portugueses estiveram novamente no Palácio do Planalto, com o Secretário Nacional de Participação Social, Renato Simões, sendo que esta quarta-feira se vão encontrar com um grupo de investigação multidisciplinar da Universidade de Brasília.
O objectivo, disse Assis, passa por reforçar o acompanhamento da sociedade brasileira em Portugal, perceber “a sua origem, dos motivos porque vão, das expectativas com que chegam”, entre outros.
“O CES pode encontrar as melhores soluções para evitar que haja qualquer derrapagem xenófoba”, frisou Assis, garantido que o organismo está “empenhado em ajudar”.
A visita, até sexta-feira, decorre no seguimento da visita do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, a Portugal, em Abril, e da assinatura de um memorando de entendimento entre o CES e o CDESS para “estreitar as relações e ampliar a cooperação”, explicou anteriormente à Lusa fonte do CES.