A principal fábrica da Continental em Portugal acaba de receber “luz verde” da gigante alemã para a continuação dos projectos de investimento: a construção de um novo armazém industrial em Lousado, Famalicão, avança esta quarta-feira o jornal Eco.
O armazém, com uma área superior a 4.000 metros quadrados e 26 metros de altura, que vai permitir o carregamento automático dos pneus em verde dentro das prensas de vulcanização.
O CEO da Continental Mabor adianta ao ECO que esta “obra gigante”, avaliada em cerca de 60 milhões de euros, vai começar a funcionar em meados do próximo ano.
Esta nova área industrial vai ocupar um terreno que já tinha sido comprado pelo grupo que controla sete empresas e emprega mais de 3.700 pessoas no país.
“É um grande projeto de automação e o maior projeto que estamos a fazer de um só passo”, descreve Pedro Carreira ao Eco.
Desde que comprou a Mabor, em 1993, a Continental calcula já ter investido um total de 1,3 mil milhões de euros neste complexo fabril com 800 mil metros quadrados de área total e onde anualmente são produzidos mais de 18 milhões de pneus.
PNEUS DE GAMA ALTA
A unidade minhota está a concentrar-se em pneus de gama alta, em que se incluem desde há cerca de oito anos os produtos desenvolvidos especificamente para carros eléctricos, com requisitos diferentes ao nível do desenho e dos compostos químicos que são utilizados.
Fornece a norte-americana Tesla desde o primeiro modelo, tendo sido mesmo uma das primeiras empresas certificadas pela marca automóvel detida por Elon Musk. Entretanto, esta exportadora com vendas para mais de 70 mercados soma contratos com todas as marcas europeias que lançaram modelos eléctricos e híbridos. No ano passado, mais de um milhão de pneus saíram da Continental Mabor para equipar viaturas eléctricas.
Já este ano, a Continental inaugurou um centro de soluções também em Famalicão, com especialistas das áreas de tecnologias de informação, inteligência artificial e análise aplicada, comércio electrónico e engenharia industrial.
O objectivo é apoiar a digitalização de soluções de pneus, bem como os processos de produção e as operações comerciais. Arrancou em Abril com cerca de 80 colaboradores num edifício nas imediações da fábrica, prevendo a companhia duplicar também esta equipa até 2026. E é também no distrito de Braga que está instalado o centro de pesquisa e desenvolvimento de pneus agrícolas e está a ser montado outro para os pneus de bicicletas, que depois são produzidos na Alemanha, China e Malásia.