O Executivo municipal de Esposende aprovou uma moção esta quarta-feira em que alerta que os constrangimentos nas Urgências do Hospital de Barcelos constituem “um quadro dramático”, que “coloca em risco a saúde e a própria vida das pessoas”.
A moção, aprovada por unanimidade, diz compreender as razões que estão subjacentes à decisão dos médicos de não fazerem mais que as 150 horas extraordinárias obrigatórias por lei, mas ressalva que não pode aceitar “a displicência da tutela face a tão grave problemática”.
“Impõe-se ao Governo que se empenhe em resolver, a bem da saúde pública, este impasse e em devolver às populações um direito constitucionalmente previsto”, acrescenta.
O Hospital de Barcelos está este mês com as Urgências Cirúrgicas fechadas, por falta de médicos disponíveis para compor as escalas.
Por outro lado, as Urgências de Medicina Interna também não vão funcionar aos fins-de-semana.
A moção salienta que o concelho de Esposende, com aproximadamente 36 mil habitantes, não dispõe de um hospital público, sendo servido pelo Hospital de Santa Maria Maior, de Barcelos.
Nota, ainda, que “das cinco unidades ou centros de saúde que serviam o concelho, apenas três se encontram em funcionamento, “em resultado de directrizes governamentais”.
A moção vai ser remetida ao Governo, a todos os grupos parlamentares e a todos os membros da Assembleia Municipal de Esposende.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciou esta quarta-feira que os serviços de urgência dos hospitais de Barcelos, Caldas da Rainha, Chaves, Guarda, Santarém e Tomar já enfrentaram encerramentos devido à indisponibilidade dos médicos para fazer horas extraordinárias além das obrigatórias.
Num levantamento feito sobre os impactos da entrega de minutas de recusa por parte dos médicos, a FNAM afirma em comunicado que o retrato é grave, traduzindo-se em encerramentos e constrangimentos nos serviços de urgências, mas também nas escalas de outros serviços hospitalares.