A adesão à greve dos médicos, em defesa da carreira médica e do Serviço Nacional de Saúde (SNS), ronda os 85%, segundo o sindicato que convocou a paralisação, que fala em constrangimentos em cirurgias e consultas.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá, explicou que a greve está a provocar “bastantes constrangimentos” de norte a sul do país, sobretudo ao nível dos blocos operatórios.
Como exemplo, apontou os hospitais de Viana do Castelo, onde estão encerradas todas as salas do bloco operatório para a cirurgia programada, de Penafiel e de Leiria e, também, o SUCH – Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, em Coimbra, onde apenas suas salas de bloco operatório em 12 estão a funcionar.
A responsável diz que esta adesão espelha “o grito de alerta dos médicos, que querem ver a situação resolvida” e lembra a necessidade de propostas escritas por parte da tutela.
“Temos marcada uma reunião para quinta-feira e estamos a dois dias. Já nos habituámos a não confiar nas palavras do senhor ministro porque em 16 meses de negociação, no fim, acabam por legislar unilateralmente. Só mesmo quando virmos as propostas por escrito é que, eventualmente, poderemos acreditar que estão de boa fé”, afirmou.
A paralisação acontece cinco dias depois de os sindicatos se terem reunido com o Ministério da Saúde e de estar marcada uma nova ronda negocial para a próxima quinta-feira.
O descontentamento dos médicos tem sido manifestado com greves e com a entrega, por cerca de 2.500 clínicos, de minutas de declarações de dispensa ao trabalho extraordinário além das 150 horas anuais obrigatórias, que tem provocado constrangimentos nos serviços de urgência de vários hospitais do SNS.