Desde a sua criação, há 10 anos, o comboio Celta, entre o Porto e Vigo, transportou 728 mil passageiros, dos quais 81.500 em 2023, avançou esta quinta-feira a Renfe, a operadora ferroviária espanhola.
De acordo com os números da empresa espanhola Renfe, a oferta do comboio Celta, “ajusta-se à procura existente”, que em 2022 teve um aumento de 400% de passageiros face a 2013, ano da criação.
“Os serviços comerciais estão configurados para responder à procura de viajantes entre as estações de Porto – Campanhã e Vigo – Guixar. Actualmente, a oferta ajusta-se à procura existente”, afirmou a Renfe, numa resposta escrita enviada a questões da Lusa a propósito dos 10 anos da ligação entre Porto e Vigo pelo comboio Celta.
Nestes 10 anos, de acordo com a Renfe, o comboio Celta foi usado por mais de 728 mil passageiros. Em 2023, 81.500 passageiros viajaram no Celta, acrescentou a empresa.
Comparando o primeiro ano de operação com o ano de 2022, em que se alcançou um número recorde de 111 mil viajantes, o aumento de passageiros foi superior a 400%, indicou a operadora espanhola.
A Renfe indicou ainda que “está a trabalhar para conseguir o certificado de segurança em Portugal”, tendo em vista poder operar no país.
Na segunda-feira, a CP disse que “não está prevista”, no “curto prazo, qualquer alteração da oferta comercial” do comboio Celta entre Porto e Vigo, embora esteja a monitorizar “a evolução da procura”, que em 2022 superou os 111 mil passageiros.
“Relativamente ao aumento da frequência do comboio Celta, não está prevista qualquer alteração da oferta comercial a curto prazo”, indicou a CP – Comboios de Portugal.
COMBOIO TRANSFRONTEIRIÇO
O comboio Celta tem “duas circulações por dia de cada lado”, com partidas do Porto – Campanhã às 08h13 e às 19h10, e com partidas de Vigo às 08h58 e às 19h56.
Com partidas diárias, o comboio Celta, que é operado pela CP em conjunto com a Renfe, iniciou a actividade em Julho de 2013, ligando Vigo ao Porto com paragens em Valença, Viana do Castelo e Nine.
O Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular lamentou na sexta-feira que o comboio Celta seja uma “solução provisória” com 10 anos, reclamando que Espanha altere a tensão da ferrovia entre Guillarei e Tui para melhorar a ligação Portugal-Galiza.
Funcionando com “alguns atrasos” e duas frequências diárias em cada sentido (de manhã e ao fim da tarde), o comboio Celta “é muito procurado” por não existirem “alternativas” na ferrovia, nomeadamente para a ligação entre cidades intermédias, que também não vão ficar servidas com a ligação de alta velocidade, alertou o secretário-geral da organização intermunicipal transfronteiriça que junta actualmente 39 concelhos do Norte de Portugal e da Galiza.
Também o director geral de Relações Exteriores e com a União Europeia da Xunta da Galícia, Jesús Gamallo Aller, reclamou na sexta-feira “um verdadeiro comboio transfronteiriço, competitivo”, com paragens que sirvam empresários e trabalhadores do Alto Minho e daquela região espanhola.