Com 179 votos a favor e o apoio de oito partidos diferentes, o líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, foi eleito, esta quinta-feira, como novo presidente do Governo espanhol. Começa agora a segunda legislatura para o socialista, a segunda com um governo de coligação, que vai formar com o Sumar, partido de Yolanda Díaz.
Além do PSOE e do Sumar, votaram a favor de Pedro Sánchez os independentistas catalães do Esquerda Republicana e do Juntos pela Catalunha, os bascos do Bildu e do Partido Nacionalista Basco, o Bloco Nacionalista Galego e a Coligação Canária.
A lei de amnistia, exigência dos partidos independentistas, foi o centro do debate de investidura. Pedro Sánchez defendeu a medida como uma forma de “restabelecer a convivência” entre os espanhóis e “devolver à política o que nunca deveria ter saído da política”.
A medida vai anular a “responsabilidade penal, administrativa e financeira” de todas as pessoas que cometeram delitos relacionados com o processo independentista da Catalunha durante mais de uma década, entre o dia 1 de Janeiro de 2012 e 13 de Novembro de 2023.
Sánchez subiu à tribuna para defender uma amnistia “Perfeitamente legal e enquadrada na Constituição”, mas, acima de tudo, Pedro Sánchez reconheceu que a medida era imprescindível para conseguir “formar um governo progressista”, o seu, que servirá “de muro de contenção” à “direita reaccionária”.
“As circunstâncias são as que são e toca fazer da necessidade uma virtude, por interesse geral: primeiro para consolidar os avanços conseguidos nestes últimos quatro anos e continuar a avançar na senda dos direitos e dos progressos”, disse o líder socialista. “Ou construímos um muro perante os ataques da direita reaccionária aos valores da Espanha democrática e constitucional ou lhe damos um salvo-conduto”, insistiu.
Do lado do Partido Popular, Alberto Núñez Feijóo acusou Sánchez de “corrupção política”, por “comprar o apoio dos catalães”, de “fraude eleitoral” por tomar uma medida que não estava no seu programa e de alimentar o independentismo catalão. “Ninguém fez mais pelo separatismo do que o senhor”, atirou Feijóo.
As declarações mais duras viriam, sem surpresa, do líder da extrema-direita Santiago Abascal, que chegou a acusar Pedro Sánchez de Golpe de Estado.
“Eu, junto a milhões de espanhóis, acuso ao sr. Sánchez de tentar subverter a ordem constitucional e preparar um golpe conivente com as minorias separatistas, um golpe de estado. Percebo que os possa incomodar, mas Hitler também chegou ao poder depois de umas eleições”, disse Abascal.
Com TSF