A Santa Casa de Misericórdia de Amares aprovou as contas de 2015 respeitantes à gestão da mesa administrativa demissionária, presidida pelo então provedor, Sérgio Sousa. As contas, aprovadas com duas abstenções, demonstram uma “degradação do resultado operacional”, explicado com o agravamento dos custos com o pessoal.
O relatório da comissão administrativa em exercício, a que o Pressminho/O Amarense teve acesso, adianta que a assembleia foi “ alertada para os cuidados que futuras Mesas Administrativas devem ter com o comportamento da estrutura de gastos fixos, nomeadamente, com os gastos com o pessoal que no ano de 2015, representaram cerca de 68,5% do total das receitas operacionais da Santa Casa (receitas próprias + subsídios da Segurança Social)”.
O documento refere que o resultado líquido positivo de cerca 25.660 euros “não significou que em termos da actividade operacional, da exploração da Santa Casa, tenha havido uma melhoria relativamente ao ano de 2014”.“Pelo contrário, verificou-se uma degradação, tendo o denominado EBITDA (Resultado Operacional antes de impostos, resultados financeiros e amortizações), passado de um valor positivo de 6.263,71 euros em 2014, para um valor negativo em 2015, de 5.159,11 euros”.
A “degradação” do resultado operacional antes de amortizações relativamente a 2014 é, assim, explicada “na sua totalidade pelo forte aumento verificado na rubrica de gastos com o pessoal que cresceu em 2015 cerca de 55 mil euros, passando de 719,549,86 euros para 774.917,81 (+7,7%).
“Este agravamento dos gastos com o pessoal anulou todo o esforço feito na redução dos custos da rubrica de Fornecimentos e Serviços Externos, onde em 2015 se obteve uma redução de cerca de 23 mil euros”, sublinha o documento, assinado por Álvaro Silva, responsável pelo pelouro de Economia e Gestão.
O resultado líquido contabilístico acabou por ser positivo em 25.656,43 euros, “por força da contabilização em 2015 de situações extraordinárias que nada têm a ver com a actividade operacional da Santa Casa, como foi o caso da indemnização recebida pela ARS Norte, relativa à utilização do edifício do antigo centro de saúde, ao reconhecimento nas contas do subsídio recebido por parte da Câmara Municipal de Amares e a um excesso da provisão efectuada em 2014, relativa a férias e subsídio de férias a pagar em 2015”.
Em resumo, a contabilidade da Misericórdia amarense mostra que “os rendimentos que, face a 2014, em 2015 apenas cresceram em valor absoluto 2.188,89 euros (+ 0,19%), enquanto os gastos de exploração, aumentaram em 13.611,71 euros (+1,21%), originando assim, relativamente a 2014, um agravamento do resultado de exploração de 11.422,82 euros.
FG (CP 1200)