Dezenas de líderes mundiais suspeitos de lavagem de dinheiro através de ‘offshores’. Numa investigação divulgada este domingo por vários órgãos de comunicação social, entre os líderes está o presidente russo Vladimir Putin que terá aproveitado as vantagens de paraísos fiscais para lavar milhões de dólares.
Entre os nomes da lista de beneficiários de esquemas de fuga encontram-se líderes políticos da Islândia, do Paquistão e da Ucrânia, mas também estrelas de cinema e do futebol.
O jornal britânico The Guardian diz que é uma das maiores fugas de informação de sempre, superior ao escândalo Wikileaks. O jornal explica que há informações sobre bens pertencentes a 12 líderes políticos. O escândalo envolve ainda “empresas ligadas a mais de 140 altos dirigentes políticos, amigos e familiares e pessoas sujeitas a sanções por apoiarem regimes na Coreia do Norte, Síria, Rússia e Zimbabué”.
Os documentos pertencem à empresa Mossack Fonseca, do Panamá, que administra paraísos fiscais e faz gestão de fortunas.
Segundo o Guardian, os documentos mostram “o enorme número de pessoas que usam ‘offshores’ para proteger as suas fortunas”. Não é ilegal fazê-lo, sublinha o jornal, mas “as vantagens financeiras que estas estruturas disponibilizam não estão habitualmente ao dispor dos contribuintes normais”.
Já a BBC adianta que onze milhões de documentos de uma das empresas mais secretas do mundo, foram divulgados, e revelam como a Mossack Fonseca tem ajudado os seus clientes na lavagem de dinheiro, em contornar sanções e na evasão fiscal. Os documentos fazem ligações a 72 chefes de Estado, actuais e antigos, incluindo ditadores acusados de saquear os seus próprios países.
Os documentos foram obtidos pelo jornal alemão Sueddeutsche Zeitung, que os partilhou com International Consortium of Investigative Journalists (ICIJ). A BBC Panorama e The Guardian estão entre as 107 organizações dos media em 78 países que têm estado a analisar os documentos.
A BBC afirma não saber qual a identidade da fonte que forneceu os documentos.
Fonte: RR