Depois de um 2023 “turbulento em termos políticos” e com indicadores a requer “atenção e cuidado”, a Associação Empresarial do Minho (AEMinho) pede ao PS e PSD para 2024 que se entendam em relação a “matérias fundamentais”, como a como saúde, a justiça e a educação”. E deixa um recado: “Este não é o momento dos partidos, é o momento de Portugal”.
Para a associação presidida por Ricardo Costa, “Perante a interrupção legislativa e o consequente período eleitoral que se avizinha, esta é uma oportunidade única para que se criem pontes e consensos em relação a matérias fundamentais da vida económica e social do país”, escreve Ricardo Costa, presidente da associação, em nota ao PressMinho.
“Se, por um lado, a democracia é o palco privilegiado para o debate de ideias e de diferenças de opinião, por outro é também o exercício supremo da liberdade. O uso da liberdade, no ano em que assinalamos meio século da nossa jovem democracia, deve servir para acentuar e promover a sua maturação enquanto regime que serve, ou deve servir, sempre, para promover o desenvolvimento, o bem-estar social e a garantia dos direitos de todos os cidadãos”, sustenta o empresário bracarense.
CONVERGÊNCIA PS/PSD
Assim, “e no quadro do uso dessa liberdade que exaltamos os actores políticos, quando entram em cena, novamente, para debater ideias e acentuar diferenças,” e que, “pelo menos” os dois partidos tradicionais do arco da governabilidade – PS e PSD –, “convirjam” para “criarem uma estabilidade política em termos de matérias fundamentais como saúde, justiça e educação”,
“A convergência em matérias estruturais não é impeditiva da possibilidade de acentuarem alternativas, para que os eleitores possam escolher”, refere Ricardo Costa
“Ambos tiveram um papel essencial nestes cinquenta anos de democracia e é nosso entendimento que, na reflexão a ser feita, perceberão que ambos têm também responsabilidades no que não correu tão bem como seria desejável”, afirma e acrescenta: “Cooperar e convergir não impede nem castra a opinião, o debate de ideias e as diferenças no momento da escolha. Mostra antes sentido de Estado, responsabilidade e vontade de fazer, de facto, melhor por Portugal”.
Sublinhando que A AEMinho “não é um actor político, não o pretende ser”, mas antes uma associação representativa de um tecido empresarial que “está sempre na primeira linha para colaborar, empregar, acrescentar valor e gerar riqueza”, Ricardo Costa argumenta que é, por isso, nossa responsabilidade sermos os geradores e promotores de consensos de pontes de cooperação”.
DEFENDER O MINHO
Considera que as Eleições Europeias “não serão menos relevantes”, já que na Europa “joga-se muito do futuro de Portugal, o que torna fundamental o papel dos nossos representantes nos seus órgãos”.
“Mais uma vez, exige-se união, cooperação e estratégia concertada para que falemos a uma só voz na defesa dos interesses do país”, acrescenta.
“Em 2024 continuaremos a defender o Minho como uma região una e rica pela sua diversidade e capacidade produtiva. Somos um motor da economia portuguesa e teremos de ser vistos e tidos como tal. As empresas minhotas, com os seus empresários e trabalhadores, têm sido uma referência de resiliência, inovação e capacidade de resposta a todas as crises, vicissitudes e instabilidades que vão surgindo ao longo dos anos”, refere.
“Os trabalhadores como centro do ecossistema empresarial continuarão a ser o nosso foco, bem como a persistente defesa da redução da carga fiscal sobre o trabalho, para que possamos ser mais competitivos a contratar e para que os trabalhadores vejam os seus rendimentos, efectivamente, aumentados. A formação de quadros como factor de valorização e desenvolvimento terá também a nossa atenção, com a formação de empresários e gestores no topo das prioridades, promovendo uma maior aproximação do nível de formação dos empresários e dos trabalhadores”, diz.
E conclui: “Somos do Minho e continuaremos a bater-nos por uma região e por uma comunidade empresarial cooperante e unida na prosperidade e no desenvolvimento. É o momento de pensar o Minho e pensar Portugal sem barreiras ou limites dogmáticos. Este não é o momento dos partidos, é o momento de Portugal”.
Fernando Gualtieri (CP 7889)