O BE/Viana do Castelo exigiu esta segunda-feira a revisão do preço do transporte público rodoviário de Viana do Castelo para o Porto, que aumentou cerca de 100%, subindo de 88 para mais de 170 euros mensais.
“O passa culpas entre as autarquias e a CIM [Comunidade Intermunicipal] do Alto Minho é inadmissível e exigimos que o valor anterior se mantenha”, refere a distrital do BE, em comunicado.
De acordo com o Bloco, “de 88 euros mensais, o custo com o transporte para um utilizador de Viana do Castelo passa para 171,60 euros, acrescido de 30 ou 40 euros do passe Andante, uma vez que o autocarro já não vai para no centro do Porto, fazendo o valor disparar para mais de 200 euros mensais”.
O partido considera “incompreensível” a decisão da Câmara de Viana do Castelo “em apoiar apenas em 40% os passes, contrário ao que, por exemplo, acontece no município de Esposende, onde os passes se vão manter nos 88 euros”.
Para o BE, tal está “em total desacordo com todas as políticas de promoção dos transportes públicos que estão a ser tomadas, tanto em Portugal como na Europa”.
“A aposta em transportes públicos e a consequente redução da utilização do automóvel particular, não tem apenas impactos no fluxo de trânsito em zonas muito saturadas, tem também impactos ambientais e sociais, pois reduz os custos mensais das famílias”, alerta o BE.
Os bloquistas lembram que, em Julho de 2022, foi lançado “um plano de acção integrada co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), em que estiveram envolvidos todos os municípios do Alto Minho, com o apoio da CIM do Alto Minho”.
O documento, assinalam, “refere claramente que uma das fraquezas regionais para a transição energética é a fraca rede de transportes públicos, com uma frota antiga e uma cobertura muito deficiente”.
De acordo com o BE, isto é “algo que quem vive no Alto Minho sente diariamente”.
“Sendo que o município de Viana do Castelo participou deste projecto, torna-se ainda mais inexplicável esta decisão de deixar de apoiar quem quer utilizar os transportes públicos”, diz o Bloco.