O mês passado foi o Janeiro mais quente alguma vez registado no mundo, alertaram esta quinta-feira os cientistas climáticos, o que fez seguir a tendência de 2023, o ano mais quente de sempre.
Significa também que a temperatura média global dos últimos 12 meses esteve 1,52ºC acima da média pré-industrial de 1850-1900 – pela primeira vez, o aquecimento global ultrapassou 1,5ºC durante um ano inteiro, segundo dados do Serviço Copernicus para Mudanças Climáticas (CCCS) da UE.
De acordo com Samantha Burgess, vice-directora do organismo europeu, salientou que “2024 começa com outro mês recorde”. “Não só é o Janeiro mais quente de que há registo, como também acabámos de passar por um período de 12 meses de mais de 1,5°C acima do período de referência pré-industrial”, apontou, referindo que a “rápida redução nas emissões de gases de efeito estufa são a única maneira de impedir o aumento da temperatura global”.
Em 2015, os líderes mundiais prometeram tentar limitar o aumento da temperatura a longo prazo a 1,5°C, uma meta crucial para ajudar a evitar impactos climáticos mais prejudiciais.
Bob Watson, antigo presidente do organismo da ONU responsável pelo clima, indicou que “isto excede em muito tudo o que é aceitável”. “Vejam o que aconteceu este ano com apenas 1,5ºC – vimos inundações, secas, ondas de calor e incêndios florestais em todo o mundo, e estamos a começar a ver menos produtividade agrícola e alguns problemas com a qualidade e quantidade da água”, destacou, em declarações aos britânicos do ‘BBC’.
De acordo com o CCCS, no mês passado, a superfície média do ar global foi 0,7ºC mais quente do que a média de 1991-2020 para Janeiro e 1,66ºC mais quente do que uma estimativa da média de Janeiro para 1850-1900.
A média de Janeiro também ficou 0,12ºC acima da temperatura do Janeiro mais quente anterior – em 2020. Isso significa que os últimos oito meses consecutivos foram os mais quentes já registados nos respectivos meses.
Na Europa, as temperaturas variaram em Janeiro de 2024, desde muito abaixo da média de 1991-2020 nos países nórdicos, até muito acima da média no sul do continente.
Com Executive Digest