A construção do sistema de BRT (BUS Rapid Transit) na cidade de Braga, vai arrancar no início do primeiro semestre de 2025. A garantia foi deixada por Ricardo Rio durante as ‘Jornadas Navegante’, que decorreram esta terça-feira, no Palácio Nacional de Queluz, assinalando o quinto aniversário da entrada em vigor do Passe Navegante.
O presidente da Câmara Municipal de Braga lembrou que o município está “fortemente empenhado” na transição da mobilidade urbana no sentido de assegurar a sustentabilidade ambiental no concelho e contribuir para esse objectivo a nível nacional.
“Se por um lado temos investido muito na renovação da frota dos Transportes Urbanos de Braga – com 40% da frota com veículos eléctricos -, criado uma oferta cada vez mais atractiva para a população e ser a empresa de transportes colectivos que mais cresceu em Portugal, existe ainda um longo caminho a percorrer e com objectivos muito ambiciosos para tornar o sistema de transportes ainda mais atractivo. É por essa razão que surge o sistema BRT que, pela sua modernidade, fiabilidade, frequência e rapidez de circulação, vai garantir maior atractividade, sobretudo na malha urbana onde serve a maior parte da população”
Lembrando as diversas etapas deste projecto desde o Estudo Preliminar de Apoio à Decisão, em Abril de 2021, da recolha dos Dados da Rede Móvel, em Fevereiro de 2022, o Estudo de Procura para a Implementação do BRT, em Novembro de 2022, da Contagem de Tráfego em 49 cruzamentos, em Dezembro de 2022, e o Estudo de Inserção Urbana entre 2023 e 2024, Ricardo Rio destacou que a inclusão do projecto na última revisão do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), possibilitou alocar 100 milhões de euros no BRT de Braga, valor que corresponde a 66,6% do orçamento do projecto – no total, são 150 milhões de euros -, que financiará a construção de duas das quatro linhas do BRT.
“Numa fase inicial a rede terá as referidas duas linhas e a extensão de 12,2 KM, prevendo que se expanda posteriormente para quatro linhas numa extensão total de 22,5 KM”, explicou.
Como próximos passos, Ricardo Rio adiantou que “neste momento vai ser lançado o concurso para o Estudo Prévio, ao qual se seguirá o projecto de concepção e implementação que terá a duração prevista de cerca de 6 meses e, posteriormente, irá decorrer todo o processo de construção”.
REGENERAÇÃO URBANA
Nestas Jornadas, que contaram ainda com a participação de Tiago Braga, presidente do Metro do Porto, João Marrana, presidente do Metro do Mondego, e Joana Baptista, vereadora do Município de Oeiras, Ricardo Rio sublinhou que o BRT “é a solução mais económica, atractiva e de rápida implementação” e tem uma “forte componente de regeneração urbana, uma vez que Braga foi projectada com verdadeiras auto-estradas urbanas” com trânsito de concelhos limítrofes que atravessam a cidade.
“Um dos grandes desafios da implementação do BRT é a humanização desses espaços, ou seja, vamos utilizar este projecto para abrandar o trânsito, criar condições de circulação para peões e para modos suaves de mobilidade, suprimir os atravessamentos em túnel e viaduto e criar zonas de atravessamento mais seguras e acessíveis. Esta é uma dimensão crucial do trabalho que estamos a desenvolver e que irá ligar diversos polos geradores de tráfego na cidade”, destacou Ricardo Rio.
Lembrando que “não há nenhuma obra que não provoque transtornos” Ricardo Rio alinhou na visão dos restantes oradores de que este tipo de projectos “são sempre susceptíveis ao aproveitamento oportunista de oposições que querem capitalizar no descontentamento imediato dos cidadãos, em vez de pensarem no mérito estratégico dos projectos, que deveria merecer um amplo consenso”.
Este evento, promovido pela Área Metropolitana de Lisboa e pela Transportes Metropolitanos de Lisboa, para além de assinalar este marco histórico no paradigma da mobilidade da área metropolitana de Lisboa, serviu também para promover o debate e a reflexão sobre os temas da mobilidade à escala metropolitana e nacional.