A Delegação de Guimarães da Ordem dos Advogados manifestou a sua “firme oposição” à transferência do Juízo Central Criminal de Guimarães para o Palácio da Justiça de Famalicão, como foi sugerido pelo Juiz Presidente da Comarca de Braga.
Falando ao Grupo Santiago, Paula Sofia Matos contesta também o movimento processual referido no Relatório anual da Comarca para sustentar a tese da transferência.
“A Delegação desconhece qual é verdadeiramente a proveniência, a percentagem e a complexidade dos processos. Sabemos é que em 2022 nos últimos cinco anos a maioria dos processos foram de Guimarães com 44%”, disse ao grupo de comunicação social famalicense.
“Seria mau para a justiça a deslocalização porque um cidadão de Celorico e Cabeceiras não é menos do que um de Guimarães, Fafe ou Famalicão e importa também saber quem está disposto a defender um arguido se tiver de fazer 140 quilómetros num julgamento se agora com julgamento em Guimarães às vezes não se dispõem”, acrescentou.
Paula Sofia Matos não tem dúvidas de que as instalações do Tribunal em Creixomil não são as “ideais”, no entanto não compreende que todos os anos o Juiz Presidente da Comarca de Braga se refira à questão
“Percebo que a obra do Campus da Justiça poderá estar atrasado, mas também não é a solução ir para Famalicão que resolve porque não tem condições para receber o Juízo Central Criminal. Em Creixomil não é o ideal mas há situações bem piores e continuamos sem perceber este batente anual em que o Juiz Presidente da Comarca continua a insistir e à qual nos vamos opor”, apontou ao ‘Santiago’.