Após 22 dias de patrulha ao serviço da Nato, na operação Brilliant Shield, o NRP Arpão, um submarino da Marinha Portuguesa, atracou e vai deparar-se com desafios especiais devido ao local onde se encontra, visto que terá que navegar entre icebergs.
Nos 111 anos de história destes equipamentos da Marinha Portuguesa é o primeiro submarino a chegar tão a norte no globo.
À TSF, o comandante da esquadrilha dos submarinos explica que “não nos podemos esquecer que o iceberg tem uma parte fora de água, mas também uma parte significativa da sua estrutura imersa”.
Batista Pereira lembra que a navegação, identificando os pontos críticos e desviando-se dos blocos de gelo, “é um desafio que só está ao alcance de submarinos e tripulação ao mais alto nível”, acrescentando que o ‘Arpão’, sairá “dentro de dias”, para fazer uma patrulha debaixo de gelo entre a Gronelândia e o Canadá.
“Nessa fase irá andar debaixo de uma placa de gelo contínua, o que também coloca os seus desafios, porque temos de imaginar que uma placa de gelo é uma montanha voltada para baixo”, adianta à rádio
Esta patrulha, ao serviço da Aliança Atlântica, decorre numa zona onde também coexistem navios de países que não estão integrados na Nato, nomeadamente da Rússia. O comandante Batista Pereira assinala que “hoje em dia é onde reside a preocupação”.
Os navios que não pertencem à Nato que passam de norte para sul da área que abrange a Islândia, Gronelândia e Reino Unido, aparecem no norte dos Açores. “Isso já nos implica a nós”, adverte.
“Portugal tem das áreas marítimas maiores do mundo e tem uma responsabilidade acrescida quando sabemos que o arquipélago dos Açores fica no ponto de passagem do Atlântico Norte para o Central”, afirma à TSF.
O navio fará uma missão de cerca de 75 dias e voltará a Lisboa em meados de Junho. O NRP Arpão acabou de ser construído em 2010 nos estaleiros em Kiel, na Alemanha. Tem uma tripulação de 33 marinheiros.