O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) questionou a ministra da Administração Interna sobre a invasão de um grupo de extrema-direita à sessão pública sobre ‘Luta contra a discriminação da comunidade LGBTI+ – Diversidade, género e orientação sexual’ promovida pela Unidade de Cuidados à Comunidade da Unidade Local de Saúde do Alto Ave, e que contava com o apoio da Câmara de Cabeceiras de Basto.
Os bloquistas querem saber se Margarida Blasco conhece o ocorrido, quais as medidas irá tomar para promover a segurança da pessoas LGBTQI+ e das suas organizações perante “estes actos de ódio homofóbico e transfóbico”.
A titular da pasta da Administração Interna é ainda questionada sobre as medidas que tomará perante “a organização de grupos promotores da violência e da discriminação”.
Em comunicado assinado pela Coordenadora Distrital de Braga, o BE condena, “veementemente toda e qualquer acção de intimidação de organização livre de pessoas”, considerando “muito preocupante o surgimento de grupos que se organizam para promover acções de ódio como esta ocorrida em Cabeceiras de Basto”.
“Exprimimos a nossa total solidariedade para com as pessoas presentes nesta sessão bem como para com os profissionais da Unidade de Cuidados à Comunidade da Unidade Local de Saúde do Alto Ave”, conclui o comunicado.
Recorde-se que elementos do grupo extremista Habeas Corpus, presidido pelo ex-juiz negacionista Rui Fonseca e Castro, candidato às Eleições Europeias pelo Ergue-te (antigo PNR), interromperam, na terça-feira, a sessão, com objectivo de expulsar as dezenas de pessoas que participavam no encontro. Tinham viajado de Lisboa para o fazer.
A situação gerou uma troca de insultos e de ameaças, mas não chegou a haver confrontos físicos.
A GNR foi chamada a intervir e acabou por retirar os invasores do auditório.
Fernando Gualtieri (CP 7889)