Partindo da ideia de que “valem mais dois deputados da CDU [no Parlamento Europeu] do que sete ou oito deputados” dos outros partidos, defendida antes por João Oliveira, o secretário-geral do PCP, acusou, em Braga, esses partidos de preferirem falar de “tricas” em vez do que interessa – “salários, as reformas, o acesso à saúde ou a paz”. “É disso que eles não querem falar porque têm o rabo apertado.”
Depois de um desfile em Guimarães, a campanha da CDU encerrou o dia de campanha desta quarta-feira com um comício no centro de Braga, onde Paulo Raimundo, que discursou depois do cabeça-de-lista, defendeu que os restantes partidos não querem falar “do que andaram a fazer” em Estrasburgo.
Neste ponto, o líder do PCP desafiou a comunicação social a fazer uma comparação daquilo que foi feito pelos dois eurodeputados da CDU “e o conjunto de todos os outros deputados”.
“Se o fizerem, certamente não será até domingo que apresentação os resultados. Apresentem na segunda, na terça, na quarta. Opá, apresentem depois do São João, não interessa, mas apresentem por favor essa comparação. Aqui estamos, sem medo nenhum”, disse.
Para Paulo Raimundo, sem a CDU, Portugal deixaria de ter “quem, no Parlamento Europeu, se levantasse pelos direitos dos trabalhadores, do povo e do país”.
Neste discurso, o secretário-geral do PCP voltou a insistir na ideia de que a CDU não é contra a Europa, mas que a pretende salvar, designadamente das injustiças e das desigualdades, e defendeu que “era só o que faltava virem dizer que se pode falar de tudo da Europa menos dos problemas de Portugal”.
O líder do PCP disse perceber que há quem queira “falar de tricas, de assuntos lá muito por cima, de falar das chamadas políticas europeias, das transições disto e daquilo, dos grandes desafios da Europa”, mas acrescentou que esses “grandes desafios” são temas como os salários, as reformas, o acesso à saúde ou a paz.
“É disso que eles não querem falar porque têm o rabo apertado”, acusou.
Como no desfile pela centro histórico vimaranense, João Oliveira voltou a fazer um forte apelo ao voto na CDU. Pediu que se questione quem votou em outras forças políticas nas últimas Eleições Europeias, em 2019, “de que lhes valeu o seu voto”.
Para o candidato da coligação PCP/PEV, que esses partidos aceitaram as regras do mercado único e da política comercial que “conduziram à liquidação integral de sectores produtivos nacionais”, além de acompanharem “as políticas da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu (BCE) de contenção dos salários”.
“E perguntando a cada um de que é que lhe valeram esses deputados que, lá no Parlamento Europeu, fizeram exactamente o contrário do que disseram aqui, devemos perguntar-lhes de que é lhes vai valer o mesmo erro de votarem nos mesmos partidos”, disse.
João Oliveira defendeu que, ao contrário desses outros partidos políticos, o trabalho desenvolvido pela CDU “mostra valem mais dois deputados da CDU do que sete ou oito deputados de cada um desses partidos”.
“Porque dois deputados da CDU nos últimos cinco anos fizeram mais pelo povo e pelo país do que todos os outros eleitos pelos outros partidos”, sustentou.
Fernando Gualtieri (CP 7889) com TSF