O homem que matou a tiro um amigo em Perelhal, Barcelos, foi condenado esta sexta-feira pelo Tribunal de Braga a internamento em estabelecimento de segurança de tratamento psiquiátrico, por um período mínimo de três anos e um máximo de 12 anos, de acordo com a avaliação psiquiátrica.
O tribunal considerou o arguido, de 29 anos, inimputável, por sofrer de psicose esquizofrénica paranoide, dando como provado que, no dia do crime, actuou em “pleno surto psicótico”.
O arguido, condenado por homicídio simples e detenção de arma proibida, fica também obrigado pagar uma indemnização superior a 120.500 euros à família da vítima.
No julgamento confessou a autoria do crime, mas alegou que o disparo foi acidental, tese que o colectivo de juízes recusou, dando com provada a intenção de matar com base no relatório da perícia.
O arguido disse em tribunal que se sentia “perseguido” e “gozado”, nomeadamente através do Facebook, por um grupo de pessoas da freguesia de Perelhal, acrescentando que, no dia dos factos, apenas queria que a vítima lhe dissesse quem eram os autores dessa “chacota”, afirmações que acusação considerou como “perseguição imaginária”.
“Apontei-lhe a caçadeira à cabeça mas era só para assustar. Não queria disparar, nunca quis matar”, afirmou, referindo-se mesmo à vítima como “amigo de infância”.
Acrescentou que a alegada chacota, que a acusação classifica de durava há mais de três anos, desde o tempo em que trabalhava em França.
Disse suspeitar que o filmavam e lhe tiravam fotografias, nomeadamente enquanto dormia, e que depois esse material era publicado na Internet, concretamente no Facebook.
O tribunal deu como provado que o arguido fez uma lista de pessoas a abater e que, na madrugada de 23 de abril de 2015, pegou numa caçadeira e foi à procura dos seus “alvos”.
O primeiro não estava em casa, o segundo apareceu com a filha e terá sido “poupado” por isso, mas o terceiro, de 27 anos, teve menos sorte, sendo assassinado com um tiro à queima-roupa, a uma distância de dois ou três metros, quando esperava dentro do seu carro pela carrinha que o deveria levar para o trabalho.
Após o crime, o homicida pôs-se em fuga, mas pouco depois acabou por se entregar à GNR.