O ministro da Defesa Nacional disse esta terça-feira que o debate em torno do Orçamento do Estado para o próximo ano “deve ser genuíno, sem truques partidários”, para que seja possível “alcançar um resultado favorável” que “permita estabilidade política”.
“Para mim é importante tudo o que seja genuíno no sentido de se alcançar um resultado favorável para Portugal. Um resultado favorável para Portugal é aquele que permita estabilidade política”, afirmou Nuno Melo.
O ministro e líder do CDS-PP falava aos jornalistas depois de discursar no encerramento das jornadas parlamentares do partido, que decorreram na Assembleia da República, em Lisboa.
“Sabemos que para que essa estabilidade política aconteça com deliberações na Assembleia da República não é suficiente apenas a votação dos partidos que integram a Aliança Democrática. E daí a razão de ser maior também desse diálogo, que eu insisto, deve ser genuíno, sem truques partidários”, defendeu.
Nuno Melo considerou que “o importante é que se traga estabilidade a Portugal, se encontre uma solução e se permita que o Governo prolongue um ciclo que só neste momento se exerce porque foi essa a vontade dos portugueses”.
“Este Governo existe porque os portugueses deram a vitória à Aliança Democrática […] Eu acho que esse respeito democrático também é uma obrigação dos políticos relativamente aos eleitores”, sustentou, indicando que o necessário é “encontrar boas soluções que tragam estabilidade com sentido de Estado a Portugal”.
BOA-FÉ
Na segunda-feira, a Comissão Política Nacional do PS mandatou o secretário-geral socialista para gerir a questão orçamental e Pedro Nuno Santos afirmou que o PS “espera a iniciativa do Governo”, assegurando “boa-fé” nas negociações e recusando “linhas vermelhas”.
Questionado se o Governo já tentou iniciar esse diálogo, o ministro da Defesa Nacional respondeu não fazer ideia e que “estes processos também têm que acontecer sempre com descrição”.
“A questão formal não me interessa muito, de quem faz o quê. A questão substantiva, sim. Para mim, o importante é que os partidos conversem, com sentido de Estado, as soluções apareçam, sem violarem aquilo que são os compromissos da Aliança Democrática, repetidamente assumidos pelo primeiro-ministro e espero bem que essa aprovação aconteça porque é isso que melhor serve os interesses de Portugal”, salientou.
E considerou que “no que tem que ver com o que foi feito ou será feito, o anúncio e os termos da declaração devem competir ao primeiro-ministro realmente”, recusando falar por Luís Montenegro.
Apontando que a “vontade do Governo e do primeiro-ministro é no sentido de, genuinamente, permitir boas soluções”, Nuno Melo defendeu ser “possível que os interesses partidários coincidam com o interesse nacional, aliás, é isso que é desejável”.
“O Governo, desde o primeiro dia, mostrou a abertura, a disponibilidade e a vontade para dialogar com as forças políticas, no sentido de se encontrarem soluções que garantam a estabilidade política em Portugal”, salientou o presidente do CDS-PP.
Nuno Melo disse também que “os portugueses estão cansados de eleições”.
“Nós temos tido consecutivos ciclos eleitorais. Parece-me é tempo de dar oportunidade a quem governa, mostrar aquilo que pode fazer para resolver os problemas, como já fez durante estes 100 dias, porque isso também se traduz em certa medida por um respeito em relação àquilo que são as escolhas dos eleitores”, defendeu.