A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) desencadeou uma operação de fiscalização direccionada aos operadores económicos que fornecem cápsulas de detergente para a roupa, tendo em consideração alterações legislativas, aplicáveis desde Janeiro de 2016, que impõem medidas com o objectivo de reduzir a atractividade para as crianças.
Como resultado da operação foram fiscalizados 85 operadores económicos de forma a verificar os requisitos de rotulagem e embalagem, assim como os requisitos associados à colocação no mercado de detergentes e tensoativos para detergentes, atendendo aos riscos associados à utilização deste tipo de produto responsável pela ocorrência de incidentes de envenenamento e lesões oculares envolvendo crianças, uma vez que podem ser confundidos com gomas ou rebuçados.
Foram instaurados 13 processos de contraordenação, destacando-se como principais infracções de natureza contraordenacional o fornecimento de cápsulas de detergentes para a roupa em desrespeito aos requisitos de rotulagem e embalagem, tendo sido apreendidas mais de 240 unidades de produtos no valor total que ronda os 5 500 euros.
Em 2014, o Centro de Informação Antivenenos (CIAV), do INEM, recebeu em menos de 11 meses mais de 200 chamadas sobre incidentes com cápsulas de detergente para máquinas de lavar louça e roupa, na maioria envolvendo crianças.
Fátima Rato, do CIAV, refere que “a esmagadora maioria” das chamadas envolvem crianças com idades entre os 17 meses e os três anos. Segundo esta médica, em mais 98 por cento dos incidentes há “uma exposição ao produto por via digestiva”.
“Na quase totalidade dos casos o que acontece é que as crianças levam as cápsulas à boca e trincam-nas. A quantidade ingerida é mínima, provavelmente porque o produto sabe mal e as crianças naturalmente cospem-no”, explica a especialista.
Fonte: Lifestyle