O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, afastou esta terça-feira a ideia da criação de um serviço nacional cidadania para jovens, afirmando estar empenhado em valorizar a carreira militar e torná-la mais atractiva.
Em declarações aos jornalistas após ter participado na cerimónia inauguração do Centro de Tecnologia e Inovação Aeroespacial, no Comando Aéreo em Monsanto, Nuno Melo foi questionado sobre a possibilidade de se instaurar um serviço nacional de cidadania, entre seis e 12 meses, tal como foi esta terça-feira proposto pela Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES).
Na resposta, o ministro da Defesa salientou que, um pouco por toda a Europa, há “estudos e opiniões acerca de novas possibilidades que existem”, mas referiu que o que lhe interessa é o caso português.
“Em relação ao caso português, o que lhe digo é que não temos em cima da mesa outro modelo que não seja o que está em execução”, assegurou, acrescentando que a sua preocupação enquanto ministro da Defesa é “criar as condições para que os jovens possam ver nas Forças Armadas a possibilidade de cumprimento de um sonho e de uma carreira”.
Para tal, Nuno Melo defendeu que é preciso “dignificar as Forças Armadas, o que, por seu lado, passa por assegurar, entre outras coisas, que os militares podem ter melhores salários, ser compensados pelas restrições da condição militar ou apoiados em caso de incapacidade ou morte”.
“É por isso que nós lançámos um aumento histórico em todos estes níveis na democracia portuguesa e é assim que nós tentamos recrutar mais e reter melhor nas nossas fileiras. Esta é a discussão este neste momento, em termos de recursos, em Portugal, muito embora no plano académico todas as outras sejam necessariamente interessantes”, frisou o político de Famalicão.
A SEDES — Associação para o Desenvolvimento Económico e Social propôs a criação de um Serviço Nacional de Cidadania com a duração de seis meses a um ano para jovens que consistiria num “modelo de prestação de serviço ao Estado”, em que os jovens podem servir numa instituição ligada essencialmente às funções soberanas do Estado (justiça, política externa, segurança interna e Defesa — mas também educação, saúde, solidariedade social).