O Theatro Circo encerrou, esta quinta-feira, as comemorações do centenário, no mesmo dia em que a famosa casa de espectáculo de Braga comemora o 101.º aniversário. Foram 365 dias “especiais e únicos” em que o Theatro ultrapassou a fasquia dos 100 mil espectadores num conjunto de mais de 400 actividades realizadas, tendo-se afirmado como um espaço de portas abertas à comunidade e difusor cultural.
Segundo Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, o Theatro Circo viveu um ano de “excelência” marcado pela “inigualável vitalidade, enormíssima ambição e capacidade de renovação contínua” que demonstrou.
“Foi um ano muito intenso, marcado pela preocupação da administração e do município em torno do futuro da empresa. Essa é uma situação já ultrapassada e no cerne da sua actividade enquanto equipamento cultural, espaço de programação, de formação de públicos e de ligação à comunidade, o Theatro teve um ano de enorme efervescência, dinamismo e capacidade de mobilização, com crescimento no número de espectáculos e espectadores e uma programação diversificada”, disse.
No futuro, sublinhou o autarca, os objectivos passam por continuar a cumprir esta missão de serviço cultural à cidade e região, funcionando em estreita ligação com os agentes culturais locais. “Queremos trazer espectáculos que marquem a diferença e fazer do Theatro um espaço de encontro para os cidadãos de Braga nas mais diversas manifestações, funcionando como factor criador de uma dinâmica abrangente”, referiu.
Já Lídia Dias, vereadora da Cultura, afirmou que este foi um ano de comemoração em que o Teatro “cumpriu plenamente” a função de estar ao serviço da comunidade, dos seus agentes culturais e associativos. “Este é um espaço patrimonial único que queremos valorizar e preservar. Estamos certos que o Theatro continuará cada vez mais a demonstrar uma enorme pujança e a ter uma programação atractiva e estimulante, apostando em sectores e públicos diversificados”, realçou.
Por seu turno, Cláudia Leite, administradora do Theatro Circo, salientou que o público reconhece e aprecia o trabalho que tem sido desenvolvido na casa de espectáculos. “Estamos a dar passos na direcção certa e, nesse sentido, só podemos estar orgulhosos dos resultados alcançados e do fabuloso percurso que estamos a trilhar todos os dias e que só possível porque o Theatro tem um grupo de trabalho fantástico e de enorme dedicação à casa”, afirmou.
Projecto Memória registado em livro
No âmbito do encerramento das comemorações, foi inaugurada a exposição ‘O Theatro e o Futuro’, quarto e último momento do Projecto Memória, que ao longo do último ano deu a conhecer o espólio narrativo da história centenária do Theatro Circo.
Após três exposições e três conferências, o projecto que resultou do esforço conjunto do Theatro Circo e da Biblioteca Pública de Braga expõe uma síntese dos conteúdos anteriormente revelados e subordinados às temáticas da cidade, da arquitectura e da programação, convidando a uma reflexão sobre o papel do Theatro Circo no futuro.
O rescaldo do trabalho desenvolvido no Projeto Memória ficará registado sob a forma de legado para as gerações futuras com o livro ‘O Theatro e a Memória’, que é apresentado ao público no próximo dia 19 e estará disponível nas livrarias de todo o país.
A exposição pode ser visitada de forma gratuita no salão nobre do Theatro Circo até 21 de Maio, de terça a sábado, entre as 14h30 e as 18h30. Após este período, a exposição entra em itinerância pelas freguesias do concelho.
No contexto da exposição ‘O Theatro e o Futuro’, o público tem ainda oportunidade de assistir à versão completa do documentário ‘Histórias e Memórias’, produzido por Vasco Mendes, que neste trabalho reúne testemunhos, relatos e reflexões de quem, de uma forma ou de outra, cruzou a sua história com a história da casa de espectáculos.
O dia marcou também a recuperação da génese do Theatro, com o espectáculo de ‘Novo Circo’, com o português João Paulo Santos, evento simbolicamente escolhido. Ainda integrado no programa, os Mão Morta e a Remix Ensemble sobem ao palco esta sexta-feira.