A Fundação Bienal de Arte de Cerveira e a Câmara Municipal promovem, de 30 de abril a 21 de maio, exposições de homenagem a dois ícones da cultura portuguesa: António Victorino d’Almeida (1940) e Eugénio de Andrade (1923-2005). ‘Storyboard’ e ‘Cumplicidades sobre um corpo’ são, respectivamente, os nomes destas mostras que vão inaugurar com a Conferência-Concerto ‘A Portugalidade’, do Maestro António Victorino d’Almeida e de Miguel Leite, no próximo sábado, pelas 21h30.
“A poesia é uma pintura que fala, ou se quisermos uma linguagem que pinta”, refere António Oliveira, o responsável da exposição ‘Cumplicidades Sobre Um Corpo’, que recorda a obra de Eugénio de Andrade, sob a perspetiva de 14 artistas, como José Rodrigues, Artur Moreira ou Emerenciano. Em cada uma das catorze obras expostas é possível, assim, “desvendar a cumplicidade entre a poesia e as artes plásticas, e participar na magia que a evocação de uma e de outra arte permite fantasiar”, explica António Oliveira.
Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, é um dos mais lidos e traduzidos poetas portugueses. Recebeu ao longo da sua vida vários prémios literários, destacando-se, em 2001, a atribuição do Prémio Camões.
Já António Victorino D’Almeida estreia-se nas artes plásticas em Vila Nova de Cerveira, dando a conhecer, pela primeira vez, o seu trabalho na área do desenho. No total, estarão patentes na exposição “Storyboard” mais de oitenta obras que dão a conhecer, segundo o texto de apresentação, “temáticas e situações relacionadas com o absurdo” que remontam à sua infância e juventude.
António Victorino D’Almeida nasceu em Lisboa, a 21 de maio de 1940. Pianista, compositor e maestro, é autor da adaptação para teatro musicado de “A Relíquia”, de Eça de Queirós, e realizou o filme “A Culpa”, a primeira longa-metragem portuguesa a vencer um festival de cinema no estrangeiro (Huelva, 1980). No papel de escritor, publicou, entre outros, “Um Caso de Biografia”, “Polisário, “Memória da Terra Esquecida”, “Coca-Cola Killer” e “Músicas da Minha Vida”. Escreveu, apresentou e realizou mais de uma centena de documentários culturais para televisão e foi condecorado pelo Governo Francês com o Grau de Cavaleiro das Artes e Letras. É responsável pelo argumento e realização da longa-metragem “O Tempo e as Bruxas”, filmada em Vila Nova de Cerveira (2011).