Luís Montenegro anunciou sete medidas no encerramento do Congresso do PSD, em Braga. Da esquerda à direita, não se poupa nas críticas. A esquerda acusa Montenegro se “apropriar” de medidas de “extrema-direita” e o Chega concorda.
PS: Governo esteja em «campanha eleitoral permanente»
A primeira reacção veio da líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, que acusa o líder do Governo de fazer cedências à extrema-direita nas áreas da Administração Interna.
«Acho que a AD está a tentar apropriar-se do discurso da extrema-direita na segurança e na imigração», acusou a socialista em declarações aos jornalistas, à saída do Congresso do PSD, em Braga.
Alexandra Leitão lamenta ainda que o Governo esteja em «campanha eleitoral permanente» e que esteja entrincheirado na ideologia. «É um partido que só tem social-democrata no nome», atira.
CHEGA: «Essa medida era nossa»
«Essa medida era nossa». Foi assim que o Chega reagiu às mudanças na disciplina de cidadania, anunciadas este domingo pelo primeiro-ministro. O deputado Filipe Melo diz que Luís Montenegro anunciou novas medidas «lendo, de forma exaustiva, e muito atenta o programa eleitoral do Chega».
O deputado do Chega lamentou ainda a falta de medidas para as áreas de habitação e dirigidas para o interior do país.
IL: «Falta de ambição»
Num discurso que já vem sendo habitual da Iniciativa Liberal desde que Montenegro venceu as eleições, o partido acusa o Governo de «falta de ambição» nas políticas anunciadas.
A eurodeputada Ana Martins afirma que a IL gostaria de ver uma «abordagem mais ambiciosa» por parte do Governo da AD, embora reconheça que o facto de não ter maioria no Parlamento não ajude.
LIVRE: «…aproximação a um radicalismo de extrema-direita»
O partido Livre diz-se «muito apreensivo» depois das medidas anunciadas por Luís Montenegro. «Este discurso suscita-nos muita preocupação, em particular pela aproximação a um radicalismo de extrema-direita», resumiu assim Hélder Sousa, membro do partido.
A culpa, para o Livre, é das palavras sobre a disciplina de cidadania e das ideias defendidas pelo Governo para controlar a imigração.
PCP: E o aumento dos salários?
Belmiro Magalhães, membro do PCP, acredita que o discurso de Montenegro confirma a «marca d’água do PSD» ao não abordar temas como o aumento dos salários.
O comunista assinala ainda a omissão de temas como a habitação e acredita que muitas medidas podem nem ser novas.