A criação de um manifesto anti-racista com base em acontecimentos que denunciam “uma forte presença” e “um crescendo do sentimento xenófobo e racista” em Portugal e sua relação directa com as questões migratórias, além das “medidas anti-imigração adoptadas pelo Governo no pacto das migrações” estiveram no centro das atenções das Jornadas Anti-racistas realizadas pelo Bloco de Esquerda (BE), em Braga e no Porto, este fim-de-semana.
Em Braga, o tema foi ‘Migração, direitos e respostas’ e contou com a participação do colectivo Imigrantes Progressistas.
De acordo com nota do BE, “o objectivo foi desfazer os principais mitos em torno da Imigração não só em Portugal, mas no contexto internacional, com dados e referências actuais”.
O encontro inclui a exibição do curta de animação ‘Migrants’, de 2020, vencedor dos mais importantes prémios em sua categoria em todo o mundo. “O filme tem como ponto de partida uma das questões que sempre estiveram na origem dos movimentos massivos ao redor do planeta: as alterações climáticas e o fenómeno da rejeição e da não integração de quem procura outros territórios para viver e trabalhar”, refere o Bloco.
Na jornada, que contou com a presença de imigrantes oriundos da Colômbia, Peru, Brasil, Moçambique, foram ainda trocados testemunhos e experiência dobre o racismo e imigração e “dominação capitalista”.
O colectivo Imigrantes Progressistas apresentou uma proposta de prestação de serviço para a comunidade, com a criação de uma página web onde pretende reunir num só sítio e em quatro idiomas, informações colectadas e organizadas pelo grupo para orientar aqueles que chegam a Portugal sobre direitos políticos, educação, saúde, documentação, legislação e outros temas essenciais.
“A plataforma quer trazer uma dinâmica comunicacional mais eficiente e objectiva para combater a desinformação e a culpa colocada sobre os imigrantes de qualquer origem que os responsabiliza pelos problemas sociais e económicos do país”, afirma o BE.
Fernando Gualtieri (CP7889)