As activistas cujas redes sociais terão alegadamente sido monitorizadas pelo Metropolitano de Lisboa, por se oporem ao projecto previsto para o Jardim da Parada, já apresentaram queixa à Comissão de Protecção de Dados, disse à Lusa uma das queixosas.
“Posso adiantar que já fizemos queixa ‘online’ à Comissão Nacional de Protecção de Dados. Quanto à queixa ao Ministério Público, estamos a organizá-la”, indicou à Lusa Margarida Vicente, uma das três activistas que terá visto as suas redes sociais a serem monitorizadas pelo Metropolitano de Lisboa (ML).
Segundo uma notícia publicada esta terça-feira pelo jornal Público, o ML terá “vigiado, desde 2022, a actividade nas redes sociais de três activistas” que se opõem à construção no Jardim da Parada da estação de Campo de Ourique, inserida no plano de expansão da Linha Vermelha entre São Sebastião e Alcântara.
As activistas são membros do Movimento Salvar o Jardim da Parada, criado com o propósito de contestar o traçado previsto para a obra.
METRO NEGA
Segundo o Público, a acção de monitorização das três activistas, por parte do ML, consta no plano de comunicação deste projecto, no qual a contestação dos grupos de activistas ao traçado e impacto previsto são considerados como “ameaças”, no âmbito de uma análise comparativa.
Contudo, num esclarecimento enviado à Lusa, o Metropolitano de Lisboa negou “categoricamente a existência de qualquer tipo de vigilância indevida ou ilícita às redes sociais de qualquer parte interessada” no projecto de prolongamento da linha Vermelha até Alcântara.
“O que está em causa é, tão somente, o normal acompanhamento e a análise das referências públicas feitas ao referido projecto de expansão da rede do Metropolitano de Lisboa, na comunicação social e nas redes sociais, por todas as partes interessadas, incluindo cidadãos e grupos de cidadãos, em particular os que mais têm contribuído para o debate público sobre este empreendimento”, argumentou a empresa.
O financiamento do PRR prevê um investimento no metro de Lisboa de 400 milhões de euros para a expansão da Linha Vermelha, de São Sebastião até Alcântara, e 250 milhões de euros para a nova Linha Violeta (metro ligeiro de superfície), que ligará o Hospital Beatriz Ângelo por Odivelas a Loures, num total de 650 milhões de euros.
Já a linha Circular, prevista inaugurar no segundo semestre de 2025, vai ligar a estação do Rato ao Cais do Sodré, numa extensão de mais dois quilómetros de rede e duas novas estações (Estrela e Santos), unindo as linhas Amarela e Verde num novo anel circular no centro de Lisboa.
Além da construção de duas novas estações será remodelada a estação existente no Cais do Sodré.
O investimento previsto na construção desta linha é de 331 milhões de euros.