O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, anunciou esta quarta-feira que haverá um “aumento brutal” no apoio aos jovens agricultores, esperando que a medida do Governo entre em vigor brevemente.
“Objectivo é que o aviso saia até ao final deste mês, ou no início do próximo. Iremos fazer um aumento brutal no apoio aos jovens agricultores”, disse o governante à margem da cerimónia dos 75 anos da União de Cooperativas Agros, em Vila do Conde, distrito do Porto, onde foi debatido o problema geracional do sector.
Segundo o governante, a nova tabela de apoios vai duplicar as verbas de auxílio já existentes, estando também a ser negociadas linhas de financiamento com taxas de juros reduzidas para os projectos de jovens agricultores.
“Um jovem agricultor que esteja em exclusividade terá 55 mil euros de prémio de instalação, e se estiver numa zona vulnerável o prémio será 55 mil. Além disso, os projectos de investimento podem ter um apoio até aos 400 mil euros, sendo que um projecto de 500 mil euros terá um apoio de 60% e um superior a 500 mil euros terá 50% de apoio”, explicou o ministro.
José Manuel Fernandes vincou que é “muito importante para o país incentivar os jovens a instalar os seus projectos agrícolas”, divulgando a existência de negociações com “Banco Europeu de Investimento e o Fundo Europeu de Investimento, para concessão de empréstimos a taxas de juros muito reduzidas”.
TEMPESTADE KIRK
Ainda no âmbito dos apoios europeus, o ministro da Agricultura disse esperar autorização para aceder a um fundo de apoio comunitário para mitigar os prejuízos que a tempestade ‘Kirk’ causou, em Outubro, em várias explorações do norte e centro do país, nomeadamente nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto e Aveiro.
“Já pedimos o levantamento dos prejuízos e esperamos que um regulamento europeu dê flexibilidade para a utilização do FEADER (Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural) nesta situação”, disse.
José Manuel Fernandes acredita que a situação possa estar desbloqueada “ainda este mês, ou o mais tardar no próximo”, lembrando a condição de que tenha acontecido “um prejuízo superior a 30% por parcela”.
“Em muitos casos isso aplica-se, até pela quantidade de milho que caiu”, completou.
Aludindo a estes fenómenos climáticos extremos, o ministro da Agricultura reiterou a necessidade de os produtores estarem protegidos por seguros.
“O Estado já ajuda em 15 a 20 milhões [de euros] por ano na contratação de seguros, mas é importante que os agricultores os façam. Vamos ter, cada vez mais, fenómenos climáticos extremos e temos de ter seguros acessíveis e com eficácia”, analisou.
Para isso, o governante disse que é preciso também um trabalho junto da União Europeia para a existência “de garantia europeia de seguros”.
“Não é justo que alguns países de Estados-membros tenham acesso a seguros mais baratos”, completou.