O festival de curtas-metragens Anima Van, numa edição dedicada a migrações e exclusão social, acontece em Braga entre esta quarta e sexta-feira, com filmes produzidos por mais de 300 alunos de um agrupamento de escolas do concelho.
Um dos organizadores, Paulo d’Alva, disse esta terça-feira à agência Lusa que o festival terá também uma vertente itinerante, com um veículo clássico “camaleónico”, uma espécie de sala de cinema mais pequena, que projecta alguns dos filmes em espaços públicos da cidade, e que justifica o nome da iniciativa: “Anima Van, um festival sobre rodas”.
“Todos os filmes foram realizados por alunos do 5.º ao 12.º ano de escolaridade do Agrupamento de Escolas Sá de Miranda”, de diferentes nacionalidades, “com o apoio de dez realizadores de diferentes espectros das imagens em movimento”, adiantou Paulo d’Alva à Lusa.
Os filmes, comissariados pelo festival, têm duração de três a sete minutos, partem de um cruzamento entre o cinema de animação e as ciências sociais, foram desenvolvidos neste ano lectivo, desde Setembro, e “confrontam-se e interpelam” as temáticas do festival: “as migrações e as diferentes instâncias da exclusão”.
O Festival tem igualmente duas secções paralelas, ‘Olhares Bascos’, curada pelo Festival de Cinema e Direitos Humanos de San Sebastian, e ‘Esgares e lugares da Juventude em marcha’, com o apoio na programação da Casa da Animação e do Festival Monstra.
O palco fixo é o teatro Afonso Fonseca, na Escola Secundária Sá de Miranda, em Braga.
“O principal foco da nossa iniciativa é garantir que a reflexão em torno de temas fracturantes do mundo contemporâneo pode ser concretizada, não só debatendo as referidas temáticas, com interlocutores diversos, em fóruns específicos para o efeito, mas também através do processo de construção colectiva de cineastas e jovens alunos de escolas da cidade de Braga”, disse à Lusa Nuno Oliveira, co-autor do festival.
Segundo Nuno Oliveira, é “fundamental dar espaço e tempo à linguagem das imagens em movimento, procurar diferentes lugares e diferentes audiências, nomeadamente aquelas que habitualmente não tenham acesso facilitado à mesma, num exercício de democratização da criação e literacia”.