Cultural, I.P., entidade responsável pela gestão do Património Cultural em Portugal, um encontro motivado pelo conjunto de peças de artilharia recuperadas do naufrágio de Belinho. O instituto reconheceu o “admirável e inexcedível trabalho”, desenvolvido pelo município em torno do naufrágio de Belinho.
Ana Catarina Sousa, vice-presidente do Conselho Directivo do Património Cultural, e José Bettencourt, que chefia a divisão Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática, área responsável pelo estudo, divulgação e salvaguarda deste ramo da arqueologia, que recorre a técnicas de acesso ao meio subaquático, tiveram oportunidade de verificar, in loco, os dois canhões de bronze do século XVI, atestando as excepcionais condições de preservação garantidas em tanques construídos para o efeito, em 2017.
Resgatadas no passado mês de Setembro, as peças de artilharia, cuidadosamente preservadas, são testemunhos de um passado marítimo e representam um importante elo entre Portugal e o seu legado como nação de navegadores.
Em comunicado desta segunda-feira, a autarquia adianta que o Património Cultural deixou “a garantia de que todo o espolio do achado de Belinho irá permanecer à guarda do município para tratamento de conservação, trabalhos de investigação e respectiva divulgação, nomeadamente através da sua integração nos conteúdos expositivos que estão a ser preparados no âmbito do projecto de requalificação e ampliação do Forte de S. João Baptista”.
Nesta visita, o instituto público reconheceu o “admirável e inexcedível trabalho, quase único no país, que tem vindo a ser desenvolvido pelo município em torno do naufrágio de Belinho, desde 2014.
APOIO AO MUNICÍPIO
Ana Catarina Sousa manifestou total disponibilidade do Instituto que tutela para continuar a apoiar o município na tarefa de investigação, de conservação e da divulgação, tanto junto da comunidade científica, como do público em geral.
O município aproveitou a visita para dar a conhecer aos dirigentes do Património Cultural, o projecto do Laboratório de Conservação e Restauro e da Reserva de espólio arqueológico proveniente de contextos terrestre e subaquático, bem como o projecto de requalificação e ampliação do Forte de S. João Baptista, ambos objecto de candidaturas a linhas de financiamento.
O presidente da Câmara Municipal, Guilherme Emílio, refere que “esta visita foi bastante frutífera, na medida em que proporcionou a abordagem de matérias da maior relevância para o município e permitiu perceber que a tutela partilha do posicionamento da autarquia face às questões do património e, igualmente importante, está disponível para cooperar connosco”.
O autarca realça “o meritório e sistemático trabalho do município de compromisso com os objectivos de valorização do património local, a sua divulgação e preservação, que posiciona Esposende a um nível superior e que já lhe mereceu a distinção, em 2023, com o Prémio de Mérito, da Society for Historical Archaeology (SHA), em reconhecimento pelo investimento efectuado no Serviço de Património Cultural, em prol do Património, nomeadamente do Património Cultural Subaquático, concretamente com o Projecto do Naufrágio do Belinho”.