Há boas e más notícias na forma como os humanos estão a usar os recursos naturais da Terra. Primeiro as más. Entre 1993 e 2009 a pegada humana aumentou significativamente, pondo em risco várias áreas ricas em biodiversidade. Agora as novidades positivas: essa expansão aconteceu mais lentamente que o crescimento económico mundial, o que pode indicar que estamos a começar a usar os recursos naturais de forma mais eficiente.
A hipótese é apresentada pelo investigador Bill Laurance da Universidade James Cook, na Austrália, num estudo agora publicado na revista Nature.
O trabalho científico defende que a área explorada por mão humana aumentou de 77% em 1993 para 86% até 2009. Isto analisando a área total “consumida” por cidades, agricultura e outros fins. Paralelamente, a população mundial aumentou cerca de 23% e a economia perto de 150% durante o mesmo período.
Tendo em conta o aumento substancial da economia mundial em relação à terra explorada pelo homem, esta é uma notícia menos má para os investigadores.“Tendo em conta este rácio, isto é positivo. Mas estamos cientes que as terras e habitats naturais imunes ao impacto humano estão a desaparecer rapidamente”, explica Bill Laurence, um dos investigadores do projecto, ao Co.Exist.
“Os humanos são os consumidores mais vorazes que a Terra já viu. Com o uso dos solos, caça e outras actividades exploratórias, estamos a provocar um impacto directo e imediato em cerca três quartos da superfície da Terra”, conta Bill ao Science Daily.
Áreas anteriormente quase imunes ao impacto humano, mostram agora claros sinais de perturbação. Algumas partes da Indonésia, sul da Amazónia, Oeste da África e Madagáscar são regiões onde a biodiversidade está sob pressão diariamente, com consequências ainda imprevisíveis.
Mas parece que há esperança ao fundo do túnel, com os países mais desenvolvidos e os menos corruptos a mostrar alguns sinais de melhoria ao “fazer um trabalho de desaceleração da expansão da sua pegada humana”. No entanto, são também as nações mais ricas que têm uma pegada per capita muito maior, explicada facilmente pelo muito superior consumo e consequente desperdício.
“O ponto a reter é que precisamos de desacelerar o crescimento desenfreado da população, especialmente na África e algumas partes da Ásia. E exigir que as pessoas nos países ricos consumam menos”, enfatizou Bill.
Fonte. Green Savers