Preocupada com o impacto da abertura na próxima semana do shopping Nova Arcada, a Associação Comercial de Braga (ACB) preconiza “um novo ciclo de medidas e políticas municipais que favoreçam a actividade do comércio de rua”. Esta é uma das conclusões saída da reunião geral da ACB realizada na passada quarta-feira.
“Em contraponto à natural afirmação de determinados pólos e zonas comerciais de grande dimensão são necessárias medidas de estímulo ao tecido económico e comercial existente para que coexistam, de forma equilibrada e sustentável, os mais diversos formatos comerciais e conceitos de negócio”, diz a ACB.
Os associados da instituição defendem que as políticas da autarquia devem ter em conta domínios como a mobilidade, estacionamento, impostos e taxas, licenciamento e ordenamento da actividade comercial, além de regulação e fiscalização das actividades económicas, iniciativas de animação e revitalização comercial.
Evolução comercial “notável”
O “definhamento” do comércio de rua, alerta a associação, gera “desequilíbrios e rupturas com forte impacto ao nível do ambiente urbano, salvaguarda da segurança, preservação do património e qualidade de vida das comunidades e população afectada, reconhecendo, no entanto que Braga dispõe de uma “oferta comercial densa, qualificada e diversificada” que concorre “com cidades e pólos comerciais muito próximos, com uma evolução notável nos últimos anos”.
“A cidade e a região necessitam de promover uma aposta na diversificação e afirmação do seu tecido económico e produtivo, em detrimento de mais do mesmo, ou seja, de mais comércio e serviços”, refere a ACB.
Centro histórico
Os horários do comércio e serviços foi outro dos temas abordados pelos comerciantes, preocupados com os constrangimentos com que se debatem as empresas que exploram estabelecimentos com esplanadas e máquinas de vending.
A entrada em vigor no Verão do ano passado do novo regime -que estabelece que as esplanadas podem funcionar até às 24 horas, podendo o município de alargar ou restringir esse limite de horário- gerou, afirma a ACB, “inúmeras situações de indefinição, desigualdade e conflitualidade, com fortes impactos negativos na actividade das empresas abrangidas”.
“A existência de um quadro regulador eficaz, aceite e respeitado por todos os agentes económicos, potencia a actividade das empresas do sector, a atracção de investimento e uma resposta às necessidades de turistas, visitantes e consumidores em geral”, sublinha.
No que se refere à animação nocturna no Centro histórico, a ACB preconiza a adoção de “medidas estruturantes”.
“Braga como centro cosmopolita e de excelência, em termos de oferta comercial, turística, patrimonial e cultural, exige a adopção de medidas estruturantes de estímulo ao desenvolvimento das actividades económicas na área do centro histórico, com base numa regulação e fiscalização que sejam adequadas e equilibradas”, frisa a associação.
FG (CP1200)