A construção do novo acesso rodoviário ao Vale do Neiva já está no terreno, num investimento de 10 milhões de euros, e deve estar concluída até Junho de 2026, anunciou esta segunda feira o presidente da Câmara de Viana do Castelo.
Luís Nobre, que falava aos jornalistas no final da assinatura do auto de consignação com a empresa ABB, realizada na freguesia de Alvarães, explicou que a obra – financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) – “já é visível para quem entrar ou sair da auto-estrada A28”.
“O empreiteiro confiou tanto e tanto na Câmara que não precisou da consignação para começar a trabalhar”, afirmou o autarca socialista, que se mostrou confiante na conclusão da empreitada antes de Junho de 2026, prazo limite definido pelo PRR.
Aos 10 milhões de euros de execução do acesso rodoviário juntam-se mais 3,5 milhões de euros em expropriações, entre elas está a demolição de três habitações, na freguesia de Alvarães, situadas no “espaço canal” previsto para o traçado da nova via, “identificado” no Plano Director Municipal (PDM), desde 2008.
O acesso rodoviário da zona industrial do Vale do Neiva ao nó da auto-estrada A28, numa extensão total aproximada de 5,2 quilómetros, vai ligar Alvarães a Vila de Punhe, Mujães e Barroselas.
Além das duas fases da zona industrial de Neiva, a nova via “vai servir os parques empresariais de Alvarães Norte e o Sul, em desenvolvimento”.
“Estamos a trabalhar no projecto do parque empresarial de Mujães, de Vila Fria e de Barroselas. Existem agentes económicos neste espaço territorial que, com a infra-estruturação das novas áreas, terão uma oportunidade de relocalização das suas actividades e continuarem a crescer”, apontou.
Segundo Luís Nobre “um terço da economia do concelho emerge deste espaço territorial”.
MELHOR A ATRACTIVIDADE
Presente na assinatura da consignação da obra, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), António Cunha, disse ser “importante festejar” a concretização de “mais um projecto PRR” que “vai servir a população e a economia”.
“Na última década, o crescimento industrial de Viana do Castelo tem sido mais impactante. Hoje temos essa evidência. Os parques empresariais do concelho têm um metabolismo muito forte”, frisou.
Para António Cunha, a nova via “faz falta para ajudar a melhorar a atractividade do concelho e gerar emprego de qualidade, com melhores salários, condições determinantes para fixar população”.
A nova ligação rodoviária “permitirá melhorar significativamente a actividade económica na região e, com especial relevância, desviar o tráfego de veículos pesados da Estrada Nacional (EN)203, actualmente bastante sobrecarregada pela crescente actividade industrial na margem esquerda do rio, em particular da fábrica de transformação de papel, DS Smith, para a A27”.
Actualmente, “o acesso às empresas e em especial à fábrica da DS Smith a partir A27 faz-se pelo nó de Meixedo, prosseguindo pela EN 305 e pela ponte de Lanheses sobre o rio Lima até Moreira de Geraz do Lima, onde entronca na EN203, seguindo por esta até atravessar a povoação de Deão”.
A “nova via rodoviária pretende eliminar pontos negros e a circulação condicionada para veículos pesados de logística no interior da freguesia de Alvarães, melhorando a segurança rodoviária em todo o Vale do Neiva”.