O Tribunal de Braga adiou, esta quarta-feira, por impossibilidade de comparência da advogada de defesa, o julgamento de Eliana Yurlev Henão, de 37 anos, uma colombiana naturalizada portuguesa, acusada de ter esfaqueado o marido, na casa onde viviam – quando ele dormia – em Marinhas, Esposende.
A sessão, onde estava prevista a audição das testemunhas de defesa e as alegações finais do Ministério Público e das partes, ficou agendada para Novembro.
Na sessão anterior, a filha do homem que terá levado uma facada nas costas, de nome Maria, agora com 18 anos, contou aos juízes que acudiu ao pai quando este foi atingido pela faca, salvando-o de uma provável morte por perda de sangue: “ouvi os gritos dele, fui a correr e arranjei uns panos molhados para estancar o sangue que jorrava intensamente”, contou a testemunha ao juiz na fase de inquérito. “E consegui!”.
A jovem garante que, e ao contrário do que diz a Eliana, foi ela que acordou com os gritos não tendo sido chamada pela madastra: “o meu pai deitou tanto sangue que, no final, quando veio a ambulância, eu própria estava ensanguentada da cabeça aos pés”, afirmou.
A vítima, António Ganas não pediu nem vai pedir qualquer indemnização pela facada – isto se o colectivo de juízes o der como provado -: “A única coisa que quer é que ela o deixe em paz”, disse fonte da família.
“NÃO TENTEI MATÁ-LO”
Na primeira sessão, e conforme o PressMinho/O Vilaverdense noticiou, a mulher declarou: “Não sei. Não fui eu que o esfaqueei, nem tentei matá-lo”. E, posteriormente, veio a acrescentar que se “enrolou” com o marido numa briga e que este caiu em cima da cama, tendo sido espetado pela faca que ali estaria.
Foi esta a versão dada ao Tribunal de Braga pela imigrante colombiana, Eliana Yurlev Henão, de 37 anos, já naturalizada portuguesa, a qual contou que, na noite do crime, em Abril de 2018, discutiu com o marido, o português António Maria Ganas, após ter ido à cozinha beber água e comer uma maçã.
Diz ter pegado numa faca para cortar a fruta e ter ido dormir para o quarto em que estava com dois adolescentes, um filho seu e uma jovem de 16 anos, filha dele. Afirmou que não sabe o que sucedeu depois, nem mesmo o destino da faca, só se lembrando de ter acordado os filhos e chamar o 112.
Atribuiu as discussões do casal a ciúmes do marido. Esta versão é desmentida pela vítima que disse ao PressMinho/O Vilaverdense que ela o esfaqueou nas costas, enquanto dormia, deixando-lhe uma parte da lâmina, com nove centímetros, no corpo, o que lhe perfurou um pulmão e chegou ao coração. E ainda tentou impedi-lo de respirar.
“Mente. Quando foi detida disse à PJ/Braga e ao juiz que me tinha dado uma facada para me matar. Está no processo!”, acrescentou.
No final da audiência, a arguida empurrou, deitando-a ao chão, a mãe da vítima, tendo-lhe ainda chamado “puta”. O que lhe vai valer novo inquérito judicial no Tribunal, tendo como testemunhas alguns jornalistas que presenciaram os factos.
Entretanto, António Ganas revelou que apresentou duas outras queixas-crimes contra a mulher, de quem já pediu o divórcio. Diz que, quando saiu do hospital, ela tinha vendido um Audi seu e que os pertences pessoais que tinha em casa desapareceram.
Luís Moreira (CP 8078)
Foto Eliana Henão