A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) revelou, em comunicado, que «tem assistido com perplexidade à pressão que o Governo tem feito sobre a comunidade empresarial do nosso país».
Recordando um conjunto de temas e «propostas avulso» lançadas «semana após semana» pelos membros do Governo, a associação considera «desajustado da função e responsabilidade de um chefe de Governo propagandear este tipo de pacotilhas».
Perante esta situação, a AEMinho explica que estes episódios apenas servem «para desviar a atenção dos portugueses dos temas que afectam o país» e aponta várias críticas a situações como «o eminente colapso do sistema nacional de saúde, a inflação galopante, a subida das taxas de juro ou o problema recorrente do nosso sistema de ensino».
A associação relembra a declaração do Governo sobre o aumento dos salários em 20%, «sem explicar como esperava que isso iria impactar na produtividade das empresas», dando nota da resposta da AEMinho, com uma proposta para se «dividir o custo desse aumento com o Estado», onde este «devia comprometer-se a reduzir em 10% os impostos sobre o trabalho e não sobre os lucros das empresas».
No entanto, a associação afirma que não se «ouviu nem mais uma palavra sobre este tema» e visa, em seguida, novamente o primeiro-ministro.
«Na semana passada vimos o Sr. Primeiro-Ministro a alvitrar sobre a adaptação das empresas a supostas novas exigências geracionais em relação à carga laboral», prossegue a Associação, afirmando que isto se trata de um «bitaite».
«Não se percebeu na proposta qualquer evidência ou fundamento e, tendo em conta a conjuntura macroeconómica do país e do Mundo, consideramos também ser mais uma proposta inoportuna no tempo e na forma», realça a AEMinho.
Dessa forma, a associação refere que «se o Governo entender estas matérias como prioritárias», para isso deve «discuti-las primeiro, ouvir os empresários e trabalhadores, fazer o benchmarking que tem que fazer, apresentar propostas e só depois tomar decisões em conformidade».
«Os empresários e os trabalhadores não são lados opostos, são a mesma parte, estão no mesmo barco e caminham juntos para serem no seu todo o factor de desenvolvimento e prosperidade mais eficiente que uma economia pode ter», destaca a AEMinho, que apela também a que «não sejam os interesses políticos a estimular divisões do trabalho ultrapassadas».
Por fim, a associação mostra-se «disponível, em qualquer momento ou circunstância», para integrar «um processo de debate que seja sério e com objectivos exequíveis», mostrando-se contra «quaisquer manobras de diversão ou de marketing».
«Esperamos que um Governo, em especial o seu líder, seja uma fonte de estabilização, um indutor de confiança e um garante de ponderação e credibilidade nas propostas que apresenta ao país», conclui a Associação Empresarial do Minho.