Aeroportos à volta do mundo começaram esta quinta-feira a tomar precauções para lidar com o fluxo de turistas chineses que tiram férias no Ano Novo Lunar, no meio do surto de um novo tipo de coronavírus com origem na China. Nos aeroportos portugueses não há controlo.
Uma equipa de reportagem da TVI deslocou-se ao Aeroporto Humberto Delgado onde chegaram turistas chineses e confirmou que, em nenhuma das fases do controlo alfandegário houve um inquérito ou uma análise relativamente ao seu estado de saúde dos viajantes, algo que foi feito quando deixaram os aeroportos chineses.
“Mediram-nos [na China] a febre para despistar algum tipo de febre, caso contrário não nos tinham deixado viajar”,contou um dos turistas chineses.
Questionada por aquela estação de televisão, a ANA Aeroportos refere que o controlo é da responsabilidade da Direcção-Geral de Saúde (DGS). Este organismo afirma estar a seguir o protocolo da OMS, que recomenda que o rastreio seja feito, para já, apenas nos aeroportos chineses.
Portugal já accionou os dispositivos de saúde devido ao coronavírus proveniente da China e tem em alerta o Hospital de São João, no Porto, o Curry Cabral e Estefânia, em Lisboa, disse esta quarta-feira a directora-geral de Saúde.
As medidas de segurança aeroportuárias seguem-se ao anúncio de que as autoridades chinesas colocaram três cidades de quarentena, num esforço inédito que visa travar a propagação de um novo tipo de coronavírus que já matou 17 pessoas e infectou cerca de 600.
As entradas e saídas de Wuhan, a sétima maior cidade da China, com onze milhões de habitantes, e de duas cidades vizinhas, Huanggang e Ezhou, foram proibidas ao longo desta quinta-feira, por serem o principal foco do vírus, apanhando milhões de pessoas desprevenidas, na véspera do início das férias do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao Natal nos países ocidentais.
O aeroporto internacional do Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o mais movimentado do mundo, anunciou hoje que, seguindo orientações do Governo, todos os passageiros que chegarem em voos directos da China serão triados, por métodos térmicos, no portão de chegada e receberão folhetos informativos.
Na madrugada desta sexta-feira, oficiais da Cruz Vermelha estavam nas entradas do aeroporto italiano de Fiumicino, em Roma, para lidar com a chegada de um voo que tinha partido de Wuhan, antes do seu encerramento pelas autoridades chinesas.
Os 202 passageiros foram levados para uma área esterilizada, para que lhes fosse medida a temperatura corporal por profissionais de saúde equipados com óculos e máscaras e indumentária sanitária.
Nenhum passageiro foi travado, mas havia ambulâncias de prevenção para transportar eventuais infectados para hospitais, colocados de prevenção para o surto do vírus.
Nos voos de Wuhan com destino aos Estados Unidos, os passageiros foram direccionados para um conjunto de aeroportos – John Kennedy, Nova Iorque, Los Angeles, O’Hare, Chicago, Hartsfield-Jackson, em Atlanta — onde foram colocadas instalações sanitárias para triagem de casos de contaminação.
As autoridades britânicas informaram que os passageiros provenientes da China que aterraram nos aeroportos de Heathrow, em Londres, não estão a ser rastreados, mas recebem folhetos informativos, com instruções para a eventualidade de adoecerem.
Na Alemanha, a operadora do aeroporto de Frankfurt, disse que o Governo ainda não forneceu instruções para triagem, pelo que não há ainda restrições, sendo aguardadas para breve.
Na Arábia Saudita, o Ministério da Saúde anunciou que começará a rastrear passageiros de voos oriundos de voos directos e indirectos da China, e no Bahrein a transportadora Gulf Air disse que tomou “medidas preventivas”, para o caso do vírus.
Em África, aeroportos de países como a Nigéria, África do Sul e Quénia também estão a rastrear os passageiros vindos da China, um dos principais parceiros económicos de várias regiões africanas.
Redacção com TVI e MadreMedia