O primeiro-ministro António Costa garantiu esta quinta-feira que a Alemanha pode contar com o apoio total de Portugal na construção de um gasoduto que ligue o país à Europa central, depois de o Chanceler alemão, Olaf Scholz, ter anunciado que esse empreendimento seria importante para reduzir a dependência da União Europeia do gás oriundo da Rússia.
Esse novo gasoduto deveria começar em Portugal, passar por Espanha e por França e chegar, por fim, aos países do centro da Europa, entre eles a Alemanha, um dos Estados-membros da UE que mais depende da energia russa e que tem tentado procurar alternativas, à medida que crescem os receios de que o Kremlin possa cortar definitivamente o abastecimento de gás à Europa, que procurar estabelecer as suas próprias reservas para enfrentar os meses mais frios que se aproximam.
“Esse gasoduto diminuiria enormemente a dependência que verificamos na actual situação”, frisou esta quinta-feira o chanceler germânico, que garantiu que já levou o assunto a reuniões com os líderes de Portugal, Espanha, França e da Comissão Europeia em Bruxelas.
Costa recorreu ao Twitter para responder ao contraparte germânico, escrevendo que “a Alemanha pode contar 100% com o empenho de Portugal para a construção do gasoduto”, acrescentando: “hoje para o gás natural, amanhã para o hidrogénio verde”.
Contudo, o primeiro-ministro português salientou que “até lá, o Porto de Sines poderá ser utilizado como plataforma logística para acelerar a distribuição de [gás natural liquefeito] para a Europa”, uma ideia já várias vezes mencionada pelos membros do Governo português.